Teatro Viriato promove encontros às cegas com livros

A rubrica Blind Book Date pretende aproximar o público dos artistas, agora que as portas da sala voltaram a fechar-se.

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NELSON GARRIDO

Funciona como um encontro às cegas, só que com livros. Na impossibilidade de receber público, devido ao encerramento de todas as salas de espectáculos por tempo indeterminado, o Teatro Viriato está a promover o contacto entre artistas e espectadores através da leitura.

A iniciativa chama-se Blind Book Date e propõe que o público escolha um de seis livros através de uma frase críptica, listada no blogue do Teatro Viriato (https://saladeensaiosteatroviriato.blog/) e escrita pela curadora da iniciativa, Susana Cardoso, que é também assistente de bilheteira na sala de Viseu.

Até Março, os seis livros propostos resultam da escolha de outros tantos artistas que estão a trabalhar neste trimestre com o Viriato (ou que ali tinham espectáculos previstos e entretanto adiados por conta do actual confinamento), como António Alvarenga, Miguel Castro Caldas, Sónia Barbosa, Keli Freitas, Jérôme Bel e Dr. Changuito. Não há um critério que limite a escolha dos livros, a não ser a sua disponibilidade imediata no mercado, e é com base nesta selecção que Susana Cardoso escreve o enigma. A partir daí, o leitor poderá escolher a obra, sendo que nunca lhe são revelados o título ou o autor do livro.

A ideia, que decorre da vontade de manter um projecto paralelo ancorado na programação regular, surgiu em conversa com a directora artística do Teatro Viriato, Patrícia Portela, conta Susana Cardoso. “Acaba por ser uma outra forma de o público conhecer as inspirações dos artistas, seja de um espectáculo em particular ou da sua obra como um todo”, refere a curadora.

Para assinalar a escolha, o público-leitor deverá entrar em contacto com a bilheteira do Teatro Viriato (por telefone ou email, de segunda a sexta-feira). A informação é depois passada à livraria Leya/Pretexto, de Viseu ou à Poesia Incompleta, de Lisboa, dependendo da opção, que se encarrega de remeter o livro por correio. “Quando terminar o confinamento, a ideia é que os livros possam estar na bilheteira e que as pessoas possam adquiri-los directamente”, acrescenta a responsável. 

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