Empresários de Phuket unem-se para vacinar população e apressar reabertura ao turismo

Uma dezena de associações de empresários, entre hotelaria, turismo e comércio, querem levar a cabo a vacinação de 250 mil residentes da ilha tailandesa, meca turística. Esperança: reabertura aos turistas até Outubro.

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Em Phuket, a pandemia trouxe uma imagem quase nunca vista nos últimos anos: cadeiras vazias nas praias Reuters/Soe Zeya Tun

A ilha turística de Phuket, na Tailândia, tem em andamento um plano privado de vacinação contra o novo coronavírus para 250 mil residentes, na esperança de que o Governo permita a total reabertura a turistas estrangeiros até Outubro, salvando a economia local, que está de rastos, confirmaram autoridades do sector turístico.

“O povo de Phuket está a perder a esperança”, disse o presidente da Associação de Turismo de Phuket, Bhummikitti Ruktaengam, acrescentando que a economia da ilha está no seu ponto mais baixo da história recente.

Cerca de 10,5 milhões dos quase 40 milhões de visitantes estrangeiros na Tailândia em 2019 visitaram Phuket.

O país do Sudeste asiático teve apenas 6,7 milhões de chegadas em todo o país no ano passado devido ao encerramento das fronteiras após a pandemia.

As receitas do turismo em Phuket caíram 78%, ficando-se por 87,5 milhões de baht (cerca de 2,4 milhões de euros) em 2020, com 2,1 milhões de chegadas.

Pelo menos dez associações comerciais de Phuket, incluindo hotéis, turismo e câmaras de comércio, concordaram em reunir recursos para aquisição de vacinas e inocular pelo menos 70% da ilha de modo a criar imunidade suficiente até 1 de Outubro, data em que querem voltar a receber turistas.

A população total de Phuket ronda os 400 mil habitantes e a campanha privada de vacinação cobriria a maioria dos adultos antes do início de um programa nacional de imunização para o público, marcado para Junho.

“Estamos em negociações com três grandes redes de hospitais para adquirir vacinas AstraZeneca e Sinovac”, disse Bhummikitti, recusando-se a fornecer detalhes.

O responsável também argumentou que os turistas estrangeiros vacinados no exterior não deveriam ser submetidos a quarentena.

“Eles têm imunidade, nós teremos imunidade”, disse. “Nós conversamos através de máscaras. A lógica funciona. ”

Há mais responsáveis a defender a medida. O principal operador de estratégia do hotel Minor International PclChaiyapat Paitoon, defendeu num painel de discussão que a quarentena deve ser relaxada ou eliminada para estrangeiros vacinados (como já fizeram a Roménia e o Chile ou as Seychelles).

O chefe da Autoridade de Turismo da Tailândia, Yuthasak Supasorn, adiantou, por seu lado, que um “passaporte da vacina” estava a ser discutido pelo grupo de trabalho que acompanha o coronavírus no país.

A Tailândia, que registou 21.249 infecções pelo novo coronavírus e 79 mortes, planeia usar 61 milhões de doses da vacina AstraZeneca fabricadas localmente para a sua campanha de imunização, a que se deverá juntar um número limitado de doses importadas no período inicial.

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