Covid-19. Mais 260 mortes e 5540 casos de infecção em Portugal. Número de recuperados recorde desde o início da pandemia

Há 6775 pessoas internadas com covid-19 em Portugal, das quais 852 se encontram em cuidados intensivos — uma descida que não se registava desde dia 28 de Janeiro. O número de casos reportados esta terça-feira é o mais baixo desde 5 de Janeiro. Recuperaram mais 17.572 pessoas — um máximo nunca antes registado desde o início da pandemia.

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Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de São João, no Porto Paulo Pimenta

Registaram-se mais 260 mortes por covid-19 em Portugal e 5540 novos casos confirmados de infecção, segundo os últimos dados divulgados pela Direcção-Geral da Saúde esta terça-feira (referentes ao dia anterior). Pelo quinto dia consecutivo, o número de casos confirmados está a descer, desde que foram identificados 16.432 novos casos no dia 28 de Janeiro. Desde os dias 4 e 5 de Janeiro, quando se registaram mais 4369 e 4956 infectados, respectivamente, que não se seguiam dois dias em Portugal com tão poucos casos confirmados.

Também nos internamentos, tanto em enfermaria como nos cuidados intensivos, se verificou um decréscimo. Sabe-se que estão internadas 6775 pessoas com covid-19 nos hospitais portugueses (menos 94 do que no dia anterior), 852 das quais em unidades de cuidados intensivos (menos 13 do que no dia anterior) uma descida que não se via acontecer desde o dia 28 de Janeiro, quando havia 6565 doentes internados, dos quais 782 nos cuidados intensivos.

Por sua vez, de acordo com o boletim, recuperaram na segunda-feira mais 17.572 pessoas, passando o número total de recuperados em Portugal para 551.956. Este aumento do número de recuperados é um máximo nunca antes registado desde o início da pandemia. Existem, então, 166.888 casos activos em território nacional (menos 12.292 do que no dia anterior). Este número é obtido depois de subtraídos os recuperados e os mortos ao número de infecções.

No total, já morreram 13.017 pessoas e foram identificados 731.861 casos de infecção pelo SARS-CoV-2 (vírus que provoca a covid-19) desde o início da pandemia.

O número de mortes em Janeiro mais do que duplicou, como noticiou o PÚBLICO. De acordo com os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (Sico) da Direcção-Geral da Saúde (DGS), Janeiro foi o mês com mais mortes dos últimos 12 anos, tendo sido reportadas até às 20h do último sábado 18.748 mortes, um máximo que ultrapassa em quase 40% o anterior mês com mais óbitos registados em Portugal. Deste valor, 5207 mortes foram causadas pela covid-19, ou seja, cerca de uma em quatro se devem à doença (27,8%).

Lisboa continua a região com maior número de novos casos e mortes 

Foram contabilizados 2520 casos novos e 116 mortes na região de Lisboa e Vale do Tejo na segunda-feira. Segue-se o Norte, com 1596 casos novos e 65 mortes. A região Centro registou 940 casos novos e mais 55 mortes. No Sul, o Alentejo contou 230 casos novos e 17 mortes, enquanto o Algarve apresentou 126 casos novos e sete mortes.

Nas ilhas, a Região Autónoma da Madeira contabilizou 18 novos casos e os Açores 110, sendo que ambos não registaram vítimas mortais ao longo de segunda-feira. 

Portugal já pode ter passado o pico mas ainda é cedo para desconfinar

As previsões mostram que Portugal poderá já ter passado o pico de contágios, mas os especialistas alertam que ainda são níveis “brutalmente elevados” e é cedo para se falar em desconfinar. A primeira região a ultrapassar o pico de contágios foi o Alentejo, por volta do dia 21 de Janeiro, seguindo-se o Norte, entre 23 e 24 de Janeiro, e o Centro e o Algarve no dia 25. No entanto, a região Lisboa e Vale do Tejo (LVT), que contabiliza actualmente cerca de 50% dos novos casos a nível nacional, só deverá atingir o pico mais tarde, de acordo com dados fornecidos ao PÚBLICO pelo investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) Carlos Antunes.

O primeiro-ministro, António Costa, aceitou ajuda internacional e o país prepara-se para receber os 26 elementos dos serviços de saúde das forças armadas alemãs nesta quarta-feira, que chegam com material que inclui camas, e vão ficar em Portugal por 21 dias. A Áustria e Espanha também já se mostraram disponíveis para ajudar.

O balanço mais recente, de acordo com dados da DGS, mostra que já foram administradas 338.566 doses de vacinas em Portugal. À luz dos casos de vacinação a pessoas não prioritárias que têm vindo a ser reportados nos últimos dias, a Procuradoria-Geral da República revelou na segunda-feira à tarde que o Ministério Público já abriu vários inquéritos. Na segunda-feira, em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado-adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, prometeu “tolerância zero” para com as vacinações indevidas e admitiu que o plano de vacinação contemplará listas suplementares de utentes para as vacinas sobrantes.

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