Emigrante portuguesa na Suíça faz do cupido um negócio

A busca pelo encontro, tendo por base “verdade”, “seriedade” e “compromisso”, levou uma transmontana a criar uma agência casamenteira na Suíça.

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“As pessoas que nos procuram estão cansadas e descrentes dos sites de encontros”, afirma a transmontana Unsplash/Element5 Digital

A portuguesa Manuela Pinto, natural de Trás-os-Montes, fez do cupido um negócio ao criar uma agência especializada em aconselhamento matrimonial na Suíça francesa, a funcionar há sete anos.

Foi a solidão provocada por um divórcio que levou Manuela Pinto, residente no cantão de Vaud há mais de 35 anos, a criar a agência Cmieuxa2, um projecto cuja intenção é aconselhar e ajudar pessoas a encontrar alguém, liderado por profissionais especializados na matéria, que procuram promover valores humanos tais como a “verdade”, a “seriedade” e o “compromisso” no processo de busca pela alma gémea.

“Após o meu divórcio, à semelhança do que acontece em muitos casos, inscrevi-me num site de encontros na esperança de encontrar uma companhia que me correspondesse. Acontece que percebi que existia uma grande falta de transparência e veracidade nos vários sites em que me inscrevi”, afirmou a transmontana.

Há “uma grande falta de transparência e autenticidade nesses sites, inclusive muitas mentiras e fotos enganosas”, disse a empresária, esclarecendo que são esses os motivos que criam nas pessoas uma certa apreensão e desilusão quando se fala em sites de encontros online. Segundo a promotora do projecto, “as pessoas que nos procuram estão cansadas e descrentes dos sites de encontros, a grande maioria desistiu dessas plataformas”.

No processo de criar a agência, a emigrante fez um estudo de mercado, que se revelou “assustador”, em que “uma em cada duas pessoas vive só na Suíça”. “Se para alguns viver só continua sendo uma opção, para a grande maioria é sinónimo de solidão, isolamento e tristeza”, explicou a emigrante.

Regis Prongué, conselheiro e formador da agência Cmieuxa2, afirma que, hoje em dia, a maioria das pessoas perdeu o sentido do encontro: “As pessoas optam pela facilidade das redes sociais, dos sites de encontros o que, no meu ponto de vista, é uma pena pois perdem-se os valores da relação humana”.

Os “computadores, os telemóveis e os tablets” são os responsáveis por essas novas formas de nos relacionarmos, avalia Manuela Pinto, salientando que a “facilidade” e “efemeridade” classificam bem os relacionamentos de hoje. 

“Nos tempos que correm, encontrar a alma gémea tem muito que se lhe diga. Para muitos continua a ser um processo demorado, que exige muito envolvimento e energia”, afirma Manuela Pinto.

Por isso, a “agência oferece um acompanhamento diferente a essas pessoas que, com o tempo e consecutivas desilusões deixaram de acreditar nos sites de encontros”. “A nossa equipa leva o tempo necessário para identificar o perfil de cada pessoa inscrita e as suas expectativas. Colaboramos exclusivamente com pessoas sérias e que prezam o compromisso”, remata a “casamenteira”.

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