Covid-19: imobiliários apelam em carta aberta a que os deixem trabalhar ou apoiem o sector

Os profissionais do ramo imobiliário pedem ao Governo autorização para fazer visitas presenciais aos imóveis, ou, caso contrário, a atribuição de apoios ao sector. A carta aberta endereçada a Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Pedro Siza Vieira, conta com mais três mil assinaturas.

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Os profissionais do ramo imobiliário criticam o actual modelo de visitas virtuais, que se traduz em quebras de "quase 100%". DIOGO VENTURA

Mais de três mil agentes imobiliários apelam, numa carta aberta dirigida ao Presidente da República, primeiro-ministro e ministro da Economia, que os deixem trabalhar realizando visitas presenciais aos imóveis ou então atribuam apoios específicos ao sector.

“O sector não está a pedir esmolas ao Governo, mas sim que nos deixe trabalhar cumprindo todas as regras e garantindo a segurança dos agentes e dos seus clientes. Neste momento, considerando que a venda e arrendamento de imóveis com recurso exclusivo a visitas virtuais é absolutamente residual, esta fileira está não só impedida de desenvolver a sua actividade, como o seu CAE [Código de Actividade Económica] não está integrado em medidas como os programas Apoiar”, refere a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).

“De que forma é suposto que estas empresas e seus funcionários consigam ultrapassar as dificuldades impostas pelo confinamento, se não podem trabalhar nem estão enquadradas nos apoios?”, questiona o presidente da associação, Luís Lima, citado num comunicado.

Na carta aberta dirigida a Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Pedro Siza Vieira - que a APEMIP diz contar “já com mais de 3000 signatários” - pede-se que a actividade seja enquadrada “num regime de excepção que permita aos mediadores imobiliários agendarem visitas presenciais a imóveis, cumprindo todos os protocolos de higiene e segurança implementados pela Direcção-Geral de Saúde”.

Segundo sustentam, o actual modelo, limitado a visitas virtuais, tem-se traduzido numa “quebra de vendas de quase 100%”, sendo ainda “um convite à mediação ilegal e à fragilidade dos cidadãos, uma vez que a casa está intimamente ligada ao curso de vida das pessoas e famílias”. Recordando ao Governo que “a sua classe está absolutamente desprotegida”, os agentes imobiliários reclamam “medidas específicas concretas a que as empresas possam recorrer”.

“Dependem directamente do imobiliário cerca de 40.000 pessoas, fora os que dele dependem indirectamente. Em 2019, de um total de investimento imobiliário que ronda os 26.000 milhões de euros, cerca de 19.000 milhões foram garantidos por mediadores imobiliários. Uma classe que representa este tipo de valores e que já demonstrou ser essencial na promoção da dinamização económica nacional merece outro tipo de reconhecimento num período como este”, sustenta Luís Lima.

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