Deputada Ana Rita Bessa apoiará Mesquita Nunes numa corrida à liderança do CDS

O antigo secretário de Estado ainda não assimiu que será candidato e já tem apoiantes confessos.

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Ana Rita Bessa é deputada do CDS Miguel Manso

A deputada do CDS-PP Ana Rita Bessa defendeu nesta sexta-feira que deve haver discussão nos órgãos próprios sobre a situação do partido, declarando apoiar Mesquita Nunes se o ex-vice-presidente avançar com uma candidatura à liderança.

A deputada considerou que o partido está a atravessar “um momento de crise”, evidenciando uma “incapacidade de criar atracção no discurso”, uma situação que se agravou, disse, com as demissões anunciadas de três membros da direcção - o vice-presidente Filipe Lobo d'Ávila, e os vogais da comissão executiva Raul Almeida e Isabel Meneres Campos, os três do grupo Juntos pelo Futuro.

Para a parlamentar, o facto de “uma parte relevante da direcção ter saído” contribuiu para agravar a situação.

Em declarações à Lusa, a deputada defendeu também que “é bom haver protagonistas que querem discutir" o futuro do CDS-PP, e que se “levantam a pedir que se abra essa discussão nos órgãos próprios do partido, para o partido dizer se quer que se crie um novo ciclo”.

Se esse novo ciclo passar pelo Adolfo Mesquita Nunes, não terei dúvidas em acompanhá-lo”, afirmou Ana Rita Bessa.

Na quarta-feira, num artigo de opinião publicado no jornal online Observador, o antigo vice-presidente do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes propôs a realização de um Conselho Nacional para convocar eleições antecipadas para a liderança, defendendo que esta direcção “não conseguirá” resolver “a crise de sobrevivência” do partido, mas não adiantou se será candidato a suceder a Francisco Rodrigues dos Santos, eleito há precisamente um ano.

Em resposta, o presidente do CDS-PP defendeu que “mal seria” se “navegasse ao sabor de um artigo de opinião", e lamentou “o dano” que esta discussão provoca ao partido, mas referiu que o assunto seria discutido nos órgãos do partido.

Alguns dirigentes próximos de Adolfo Mesquita Nunes, ex-secretário de Estado e ex-vice-presidente na liderança de Assunção Cristas, disseram à Lusa que aguardam pela reunião da comissão política nacional desta quinta-feira para perceberem se a direcção tomará a iniciativa de convocar um conselho nacional que possibilite a marcação de um congresso antecipado, ou se irão avançar com uma proposta nesse sentido.

Ainda assim, não vêem dificuldade em conseguir recolher as cerca de 40 assinaturas necessárias, o equivalente a um quinto dos conselheiros, e referem que “do lado das pessoas que querem o congresso” já decorrem contactos “pelo país”.

De acordo com os estatutos do partido, o conselho nacional do CDS-PP pode reunir-se extraordinariamente “sempre que o seu presidente o convocar, por sua iniciativa ou a requerimento de um quinto dos seus membros, da comissão política nacional ou da comissão executiva”.

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