Decisão sobre regresso às aulas depende da evolução da pandemia nas próximas semanas e começará por ser digital, diz PS

O secretário-geral adjunto do PS assegura que a intenção é recuperar as actividades lectivas “o mais rapidamente possível”. Bloco quer reabertura de creches, pré-escolar e primeiro ciclo assim que possível.

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José Luís Carneiro (PS) LUSA/ANTÓNIO COTRIM
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Catarina Martins (BE) LUSA/MÁRIO CRUZ

Nas próximas duas a três semanas, todo o sistema de saúde vai continuar a sofrer “um stress bastante significativo” e essa circunstância vai condicionar qualquer decisão do Governo sobre o regresso às aulas. “Precisamos de mais tempo para avaliar a evolução da pandemia”, insistiu José Luís Carneiro, quando questionado sobre se as escolas já não reabrem antes do Carnaval. “Este é um período essencial de confinamento, a reavaliação será feita daqui a duas ou três semanas”, disse José Luís Carneiro, secretário-geral do PS, após a audiência com o Presidente da República com vista à renovação do estado de emergência.

As escolas poderão, assim, continuar encerradas até ao Carnaval, apesar de o dirigente socialista ter afirmado a vontade de “recuperar o ensino o mais rapidamente possível”. O que ficou claro é que “a retoma breve ocorrerá, em princípio, em termos de ensino à distância até à retoma presencial”. José Luís Carneiro não o disse, mas a decisão de arrancar com o ensino digital pode ser tomada já na próxima semana, quando o Governo reavaliar a decisão da suspensão da actividades lectivas, como disse ao PÚBLICO fonte do gabinete do dirigente socialista.

Nesse sentido, o novo decreto presidencial “dará o enquadramento para avançar com o ensino não presencial”, mas o seu arranque pode ainda demorar. Questionado sobre a falta de preparação para o ensino à distância, o dirigente afirmou que “a prioridade é transitar do ensino presencial para o digital” e que foram “abertos os concursos para aquisição de equipamento”.

“Numa primeira fase foi aberto o concurso público de aquisição de 100 mil computadores e respectivos conteúdos, destinados a crianças carenciadas”, e a seguir uma segunda aquisição de outros 300 mil computadores, mas a esta o mercado não está a conseguir responder. 

Bloco defende reabertura de creches, pré-escolar e 1.º ciclo “assim que possível”

Já a líder do Bloco de Esquerda levou a Marcelo Rebelo de Sousa diferentes reflexões no campo da educação. Catarina Martins defende que, com “o que hoje se sabe”, “assim que for possível devem reabrir-se as creches, o pré-escolar e o primeiro ciclo”, ao mesmo tempo que se dão às escolas os meios necessários para retomar o ensino à distância nos restantes ciclos de ensino.

Para que a reabertura de creches, pré-escolar e primeiro ciclo possa acontecer em segurança, o Bloco defende que deve ser precedida de um programa de testes à covid-19. Até que isso aconteça, os encarregados de educação que fiquem impedidos de trabalhar “devem receber 100% do salário, e não apenas dois terços”, defendeu Catarina Martins. 

Quanto aos ciclos de ensino mais avançados, a líder bloquista admitiu que “não haverá condições para reabrir” a curto prazo, pelo que “deve preparar-se desde já o ensino à distância”. Em particular, disponibilizando-se os meios necessários, como computadores, ligações à Internet e pessoal de apoio nas escolas, entre os quais entende devem contar-se profissionais ligados à tecnologia.

O Bloco anunciou que vai esperar para ver o decreto presidencial de renovação do estado de emergência antes de decidir o sentido de voto. 

Corrigido às 22h40, devido a informação do gabinete de José Luís Carneiro de que a reavaliação sobre a suspensão das actividades lectivas será feita na próxima semana, quando terminar a suspensão em vigor.

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