PEV preocupado com “ascensão do populismo” e PCP reúne comité central para avaliar presidenciais

Esquerda avalia resultados eleitorais - ecologistas querem travar “ascensão do populismo” e pedem que Marcelo “influencie efectivamente nas resolução dos problemas” no novo mandato.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Ambos apoiaram João Ferreira na corrida a Belém e acabaram por fazer parte da fileira de perdedores da noite eleitoral: o PEV e o PCP olham agora para trás para analisar os resultados da noite eleitoral e perceber qual o caminho. Os comunistas reúnem-se nesta terça-feira em comité central para “análise das eleições para Presidente da República, da situação política e tarefas do partido”. E os ecologistas já disseram estar preocupados com a ascensão de André Ventura (mas sem o nomear).

Os ecologistas já reuniram a comissão executiva e admitem que o quarto lugar de João Ferreira, com 4,32% e 180.473 votos (ainda faltam apurar três consulados e uma freguesia), “não espelhou a dimensão da simpatia e empatia” que se via na rua em torno do candidato. Como explicação para o resultado - a segunda percentagem mais baixa de um candidato comunista em presidenciais, mas com o menor número de votos de sempre -, o PEV diz que contribuiu a elevada abstenção, o “medo de muitos irem votar devido à crise pandémica, ou mesmo a inédita construção intencional de uma disputa por um segundo lugar nas eleições”.

Heloísa Apolónia, antiga deputada do PEV durante 24 anos e dirigente do partido, foi a mandatária nacional de João Ferreira. Apesar do magro resultado, o PEV assinala que o candidato fez uma campanha “muito construtiva e humanista, com grande elevação e dignidade, centrada num pilar estruturante da democracia: a Constituição da República Portuguesa”. De facto, João Ferreira não fez uma acção em que não falasse da lei fundamental e até a distribuiu por jovens apoiantes. “Foi o candidato que se projectou nos valores da democracia, da verdade, da igualdade e no legado de Abril, em geral.”

Os ecologistas dizem que os resultados do candidato da extrema-direita, “embora falhando os objectivos a que se propunha, devem merecer também uma preocupação de todos os democratas”, pelo que defendem ser necessário “travar a ascensão do populismo e da política centrada no ódio e nas discriminações”. André Ventura havia definido diversas metas para si próprio - forçar Marcelo a uma segunda volta, ficar à frente de Ana Gomes e ter mais do que os candidatos da esquerda juntos. Apesar de ter chegado aos 11,9%, ficou em terceiro lugar

Sobre a reeleição de Marcelo, os ecologistas avisam que “mais do que um Presidente da popularidade” o país precisa de um Chefe de Estado que “esteja do lado dos que sofrem mais as consequências da crise económica e social e que influencie efectivamente na resolução dos seus problemas”.

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