CDS quer ouvir ministro da Educação sobre plano após “férias compulsivas”

Deputada Ana Rita Bessa considera que o encerramento das escolas por 15 dias “minoriza a escola pública e aprisiona a privada”.

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Ana Rita Bessa lembra que todas as escolas prepararam planos para ensino presencial, híbrido ou à distância Miguel Manso

O CDS considera que a decisão de encerrar as escolas por 15 dias sem permitir o ensino à distância não contribui para minimizar as desigualdades entre os alunos. “Se a situação se prolongar por mais de 15 dias, como muitos especialistas aventam, qual será o plano?”, questiona a deputada Ana Rita Bessa que quer ouvir o ministro da Educação, com urgência no Parlamento, sobre os próximos passos a dar pelo Governo.

No requerimento da audição, que já foi enviado para a comissão parlamentar de Educação, o CDS considera que “a proibição de as escolas, estatais ou privadas poderem continuar em ensino a distância não serve os alunos, não ajuda os pais – entretanto em teletrabalho –, minoriza a escola pública e aprisiona a escola privada”.

Desde que a decisão do primeiro-ministro de encerrar as escolas por 15 dias, anunciada na passada quinta-feira por causa do agravamento da pandemia de covid-19, que o CDS se tem mostrado contra o que chama de “férias compulsivas” ao não ser permitido o ensino à distância mesmo que fosse para consolidar matéria ou fazer revisões. “Não é indiferente os alunos estarem confinados em casa a ver televisão ou terem acesso a aulas ou a algum ensino ainda que de forma aliviada e apesar de ter de haver sempre uma compensação com aulas presenciais noutros momentos do ano”, afirmou ao PÚBLICO a deputada. “Isto é que era uma política activa de correcção de desigualdades”, reforçou.

Lembrando que “todas as escolas do sistema de ensino, público e privado, desenharam planos para as hipóteses de aulas presenciais, híbridas e à distância”, Ana Rita Bessa questiona o que é que aconteceu a esses planos. “Tenho recebido muitas mensagens de professores de escolas públicas que dizem ‘nós trabalhámos, nós preparámos e não queremos abandonar os nossos alunos’”, referiu.

Referindo que “em nenhum momento, esteve em discussão a suspensão do ensino”, a deputada constata que “os danos irreparáveis nas aprendizagens”, que eram alegados há algumas semanas pelo Governo para não encerrar as escolas, “afinal, convivem com não ter qualquer espécie de aprendizagem.”

A centrista mostra-se preocupada com as decisões que o Governo tomará daqui a 15 dias, tendo em conta que “vários especialistas” avançam com a probabilidade de a situação grave da pandemia “se prolongar até Fevereiro ou até Março”. “Queremos saber o que é que o Governo está a fazer para se preparar para estes cenários”, referiu.

O requerimento para ouvir o ministro da Educação deve ser discutido e votado esta terça-feira.  

À semelhança do CDS também o PSD e a JSD se mostraram contra esta opção do Governo de interromper as actividades lectivas sem permitir o ensino à distância. No Twitter, Rui Rio chamou-lhe até uma medida de perfil “totalitário marxista”.

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