WandaVision, ou como a Marvel honrou a história das sitcoms

A era das laugh tracks e de live studio audiences já lá vai, mas a nova série da Marvel para a Disney+ resgatou o legado das sitcoms norte-americanas antigas para criar um produto orgulhosamente estranho. Começou como uma comédia clássica e pode vir a tornar-se aquilo que bem lhe apetecer: os primeiros episódios de WandaVision são diversão quase garantida para o novo confinamento — e uma recordação de um tipo de consumo televisivo que já não existe.

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Marvel Studios

WandaVision não é um título igual à quantidade massiva de blockbusters e produtos televisivos com que nos últimos anos o Universo Cinematográfico Marvel e a DC Comics têm enchido os nossos ecrãs (não de momento, pelo menos: para já, ainda só pudemos ver três episódios da série, cuja estreia mundial aconteceu a 15 de Janeiro na plataforma Disney+). Nos primeiros capítulos deste projecto, não há superpoderes vistosos (eles estão lá, mas são mais um apontamento giro do que um elemento da narrativa com uma presença excessivamente preponderante), explosões bombásticas ou duelos apocalípticos entre o “bem” e o “mal”; há, sim, uma carta de amor ao legado das sitcoms norte-americanas antigas (de I Love Lucy a The Dick Van Dyke Show, passando por Uma Família às Direitas e, sobretudo, Casei com uma Feiticeira) e uma história relativamente acessível (e genuinamente engraçada) sobre um casal peculiar que só quer parecer “normal” e firmar raízes num bairro novo — é claro que o enredo não é assim tão simples, como alguns lembretes premonitórios fazem questão de evidenciar. E há também o arranque da aposta que, ao lado de The Mandalorian, fenómeno encabeçado por Baby Yoda — nome que a Internet deu a The Child, nome oficial do personagem —, pode ser o combustível necessário para a Disney+ começar a dar mais luta à Netflix e à HBO nas guerras do streaming.

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