Um passeio pela Nova Iorque dos pensamentos de Fran Lebowitz

Na série documental Pretend it’s a City, a escritora Fran Lebowitz e o realizador Martin Scorsese conversam, com muito sarcasmo de uma e muitas gargalhadas de outro, sobre uma Nova Iorque que já não existe, uma Nova Iorque em metamorfose. Mas é quando as atenções se viram para a história pessoal da protagonista que o projecto eleva a fasquia.

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Netflix

Fran Lebowitz tem muita coisa a dizer sobre muita coisa. Estações de metro com instalações artísticas, odores desagradáveis no comboio, pessoas que preferem olhar para o telemóvel em vez de para a frente quando estão na rua, ciclistas que parecem acreditar que andar de bicicleta sem as mãos no guiador é uma boa ideia: poucas são as irritações mundanas que escapam ao sarcasmo e ao humor observacional da escritora e conferencista de 70 anos, que de vez em quando também dá uma de actriz. A maior parte dos seus reparos sardónicos são sobre o grande e populoso estado onde encontrou relativo refúgio e de que nunca mais quis sair depois de, no final da década de 1960, abandonar Nova Jérsia e a casa dos pais: Nova Iorque. Sabe que não tem a influência legal e administrativa para mudar ou tentar melhorar a Big Apple, mas não é por isso que vai deixar de se queixar. Como a própria conta a Martin Scorsese na série documental de sete episódios Pretend it’s a City, que aterrou na Netflix a 8 de Janeiro: “Não tenho poder, mas estou cheia de opiniões.”

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