O rei é destronado neste baralho de cartas sem género

Em vez de rei, dama e valete há ouro, prata e bronze. Com este novo baralho, a holandesa Indy Mellink quer acabar com a desigualdade de género nas cartas.

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Reuters/EVA PLEVIER
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Tudo começou quando, no Verão de 2020, a holandesa Indy Mellink, fã de jogos de cartas, estava a explicar um jogo aos sobrinhos e se questionou: porque é que um rei vale mais do que uma dama? 

Incentivada pelo pai, a psicóloga forense de 23 anos decidiu que estava na altura de romper com a tradição secular de desigualdade de género dos baralhos de cartas, que classificam os homens acima das mulheres. 

“Se tivermos esta hierarquia de que o rei vale mais que a dama, então esta subtil desigualdade influencia as pessoas na sua rotina diária porque é só mais uma maneira de dizer ‘tu és menos importante'”, referiu Indy Mellink à Reuters. “Mesmo que subtis, estas desigualdades desempenham um importante papel”. 

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Depois de um longo processo de tentativa e erro, a psicóloga forense projectou um baralho de cartas no qual as imagens do rei, da dama e do valete foram substituídas por ouro, prata e bronze. Os amigos e família compraram os primeiros 50 baralhos de cartas que têm imagens de barras de ouro, moedas de prata e um escudo de bronze. Mellink foi mais além e começou a vendê-los online

Em poucos meses, conseguiu enviar cerca 1500 baralhos de cartas para a Bélgica, Alemanha, França e Estados Unidos da América. As lojas de jogos também se mostraram interessadas.

Mellink tem vindo a testar as suas cartas com jogadores profissionais, que confessaram nunca terem pensado na desigualdade de género presente nos baralhos de cartas. A mudança levaria algum tempo para se habituarem.

“É bom que reflictamos sobre a neutralidade de género”, disse Berit van Dobbenburgh, da Associação Holandesa de Bridge, enquanto jogava com as novas cartas. Dobbernburgh referiu ainda que seria complicado fazer uma mudança formal porque implicaria uma actualização das regras. “Pergunto-me se vale a pena. Mas eu sou totalmente a favor da neutralidade de género! É óptimo que alguém tão jovem se tenha apercebido disto. É a nova geração.”

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