Sp. Braga-Benfica, uma meia-final “infectada” pelo vírus

O Benfica, clube mais titulado na Taça da Liga, poderá ter a segunda final da temporada – perdeu a Supertaça frente ao FC Porto –, enquanto o Sp. Braga, actual campeão desta prova, verá este jogo como mais um passo para deixar de ser apenas um outsider – estatuto que Carlos Carvalhal assumiu.

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André Horta e Pizzi num dos últimos duelos entre as duas equipas LUSA/HUGO DELGADO

Esta terça-feira, o país desportivo acordou a saber que o Benfica tem 17 casos de covid-19 na sua “bolha”. Daí saíram, sobretudo, duas notícias: uma mais mediática, que dava conta da infecção de Luís Filipe Vieira, presidente do clube, e outra de índole desportiva, que apontava que, dos 17 infectados, cinco são jogadores – Diogo Gonçalves, Waldschmidt, Gilberto, Grimaldo e Vertonghen.

Com tudo isto, vieram as dúvidas. Perante o contágio tão alargado, toda a “bolha” do Benfica seria isolada profilacticamente? Seriam apenas isolados os 17 infectados? Quão alto era o risco de haver mais casos positivos ainda por detectar? E cinco jogadores infectados justificariam, pelo prisma desportivo, o adiamento do jogo?

Muitas dúvidas e poucas respostas, durante algumas horas, mas, ao final da tarde, veio o fumo branco: as autoridades desportivas e de saúde não encontraram motivos para incumprir o protocolo habitual (isolamento apenas dos casos positivos e respectivos contactos próximos) e, em último caso, impedir o Sp. Braga-Benfica de ir para a frente. Assim sendo, rolará a bola às 19h45 (SIC), em Leiria, na segunda meia-final da Taça da Liga.

Sp. Braga não quer futebol parado

Com toda esta nuvem de incerteza, Jorge Jesus, treinador do Benfica, que também apresentou sintomas e aguardava pelo resultado de um segundo teste para perceber se estava ou não com covid-19, não fez sequer a antevisão da partida. Mas Carlos Carvalhal fez. Fez e foi claro sobre o que pensa.

Para o técnico do Sp. Braga, o futebol não pode parar. Tal seria “ruinoso” e uma “catástrofe”, até porque, argumentou, cinco jogadores infectados não são um cenário apocalíptico.

“Se isso acontecer [parar as competições], será péssimo para o futebol. Será ruinoso se tivermos de parar e, em termos simbólicos, será uma catástrofe para a sociedade. Somos testados duas a três vezes por semana. Se baixarmos os braços, o vírus vai vencer o futebol por 10-0. Poderá ser dramático para o futebol português”, apontou.

Ainda em abono da realização da meia-final da Taça da Liga, o treinador dos minhotos relembrou que já teve vários jogadores infectados com o novo coronavírus e que, mesmo assim, foi a jogo.

“Esta época, já tivemos oito indisponíveis, entre jogadores e staff, e fomos a jogo em Alvalade e no Bessa (…) todas as equipas vão ser, aqui e ali, penalizadas por um determinado surto”.

Benfica com defesa remendada

Novo coronavírus à parte, haverá futebol. E será um jogo de grande importância. Joga-se a segunda meia-final da Taça da Liga, eliminatória que será resolvida em apenas uma partida – se 90 minutos não chegarem, haverá desempate por pontapés da marca de penálti.

O Benfica, clube mais titulado nesta competição (sete triunfos) poderá ter na Taça da Liga a segunda final da temporada – perdeu a Supertaça frente ao FC Porto –, enquanto o Sp. Braga, actual campeão desta prova, verá este jogo como mais um passo para deixar de ser apenas o habitual outsider – estatuto que Carvalhal assumiu.

Mas mesmo quando se fala de futebol é difícil não falar de vírus. O Benfica irá a jogo com limitações claras, não tanto pelo número de infectados – já teve jogos com mais ausentes –, mas pelos nomes em causa.

Dos cinco jogadores que ficarão de fora, quatro são defesas e três deles são habituais titulares na linha defensiva escolhida por Jorge Jesus – fala-se de Gilberto, Vertoghen e Grimaldo.

Outro dos infectados é Diogo Gonçalves, que seria o substituto natural do brasileiro. Jorge Jesus terá, portanto, uma linha defensiva remendada (deverão avançar João Ferreira e Ferro), frente a um Sp. Braga que tem em Paulinho a principal dúvida. Carlos Carvalhal garante que a incerteza não é bluff e que não sabe mesmo se poderá utilizar o avançado que leva dez golos em 20 jogos na temporada.

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