DGS confirma falta de resposta em tempo útil sobre jogadores do Sporting

Em causa estão os testes realizados a Nuno Mendes e Sporar, que acabaram por não defrontar o FC Porto.

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LUSA/ANDRÉ KOSTERS

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) confirmou nesta quarta-feira não ter recebido “resposta em tempo útil”, por parte da Unilabs, sobre os falsos positivos dos futebolistas do Sporting Nuno Mendes e Sporar, impedindo-os de alinharem na Taça da Liga.

A DGS começa por recordar que, “à data, a investigação epidemiológica de covid-19, incluindo os inquéritos epidemiológicos e a avaliação de risco no que respeita a clubes de futebol, é da responsabilidade da Autoridade de Saúde territorialmente competente”.

“Concretamente no que respeita aos dois jogadores do Sporting que terão tido um resultado positivo, a Autoridade de Saúde territorialmente competente, a quem cabe determinar as medidas, solicitou por escrito ao director médico da Unilabs-Portugal informação sobre se os resultados analíticos dos dois jogadores que estavam a ser avaliados constituíam falsos positivos, não tendo obtido resposta em tempo útil”, indica a nota da entidade.

O esclarecimento da DGS corrobora as declarações do presidente do Sporting, Frederico Varandas, que na noite de terça-feira, depois de a sua equipa vencer o FC Porto por 2-1 na meia-final da Taça da Liga, disse ter sido exigido um documento no qual, “em vez de falsos positivos, tivesse escrito que houve um erro”.

Segundo o líder “leonino”, esse comprovativo tinha sido pedido às 13h30 de terça-feira e, ao final da noite de terça-feira, ainda não tinha resposta.

Na mesma ocasião, Frederico Varandas anunciou a intenção de denunciar à Ordem dos Médicos o comportamento do director clínico da Unilabs, devido aos testes à covid-19 que impediram Nuno Mendes e Sporar de defrontar os “dragões”.

“Vamos, nós médicos [do Sporting], fazer uma queixa na Ordem dos Médicos do director clínico da Unilabs. Com grande perplexidade, infelizmente, eu li que [o director clínico] disse que não havia problema nenhum, nem sabia o que se passava, nem sequer tinha sido contactado. Pena: temos um e-mail às 17h desse dia, desse senhor. Não admito que nos ponham em causa”, frisou Frederico Varandas.

Para o presidente do Sporting, o responsável clínico do laboratório que realizou os testes PCR a Nuno Mendes e Sporar, que não jogaram para a I Liga frente ao Rio Ave, na sexta-feira, e foram impedidos de jogar na terça-feira pela DGS, colocou em causa a equipa médica dos “leões”.

Varandas lamentou que os dois jogadores fossem impedidos de jogar em condições em que “outros cidadãos portugueses podem voltar a trabalhar”, considerando que o Sporting teve “três vezes azar” num processo no qual “existem coisas estranhas”.

De acordo com o plano de retoma do futebol profissional, “os atletas e equipas técnicas da equipa na qual foi identificado um caso positivo podem ser considerados contactos de um caso confirmado”.

“No entanto, a identificação de um caso positivo não torna, por si só, obrigatório o isolamento colectivo, das equipas. A determinação de isolamento de contactos (de praticantes e outros intervenientes), a título individual, é de estrita competência da Autoridade de Saúde territorialmente competente”, acrescenta o mesmo documento da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

Este plano, que vigora desde 7 de Setembro de 2020, determina que todos os infectados, sintomáticos ou não, devem ser isolados, “ficando impossibilitados de participar em treinos e competições até à determinação de cura deliberada pela Autoridade de Saúde territorialmente competente”.

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