Covid-19: Regulador alerta privados para procedimentos que condicionam acesso a exames

Em causa estão, segundo a ERS, “várias reclamações” de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), “evidenciando constrangimentos no acesso à realização de exames endoscópicos” .

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Rui Gaudencio

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) alertou os hospitais privados com convenções com o Serviço Nacional de Saúde para o “incumprimento contratual” que resulta da adopção de procedimentos internos que condicionem a realização de exames médicos.

Em causa estão, segundo a ERS, “várias reclamações” de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), “evidenciando constrangimentos no acesso à realização de exames endoscópicos” nas unidades de saúde dos sectores privado, cooperativo e social, no âmbito da “emergência de saúde pública” que se vive com a pandemia da covid-19.

Em comunicado, a ERS adianta que tomou conhecimento de estabelecimentos de cuidados de saúde do sector privado com convenção para atendimento de utentes do SNS que “condicionam o acesso à realização de exames endoscópicos, impondo que os mesmos sejam realizados com recurso a anestesia ou exigindo a realização de teste prévio ao SARS-CoV-2”, o vírus que causa a doença covid-19.

A entidade reguladora lembra ainda que, no âmbito da pandemia, os cuidados que devem ser tidos em conta na realização de exames endoscópicos já estão previstos numa norma de Maio de 2020 da Direcção-Geral da Saúde.

Perante isso, a ERS alerta que a adopção de procedimentos internos que não se encontrem previstos na convenção celebrada ou nas orientações das autoridades de saúde “não se mostra consentânea com as obrigações assumidas perante o SNS”, constituindo uma situação de “incumprimento contratual” e “uma violação do direito de acesso à prestação de cuidados de saúde”.

A ERS considera também que a recusa de prestação de cuidados de saúde a utentes beneficiários do SNS, com “fundamento em procedimentos internos que condicionam o acesso à realização de endoscopia”, constitui uma violação das regras de acesso aos cuidados de saúde punida por lei.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.031.048 mortos resultantes de mais de 94,9 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 9028 pessoas dos 556.503 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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