BE acusa Marcelo de estar “preocupado com a fragilidade da direita”

“Talvez o senhor Presidente esteja preocupado porque olha para a direita e percebe que as pessoas se lembram da ‘troika’ e lá não querem voltar”, disse Catarina Martins

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Nuno Ferreira Santos

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, considerou hoje que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “está preocupado com a fragilidade da direita” em Portugal.

“Marcelo Rebelo de Sousa é um Presidente de direita que está preocupado com a fragilidade da direita no país e está no seu direito”, disse Catarina Martins aos jornalistas, à margem de uma visita à Cooperativa Agrícola do Távora, em Moimenta da Beira.

Catarina Martins comentava aos jornalistas a entrevista do Presidente da República à Rádio Renascença e ao jornal PÚBLICO, na qual este se mostrou preocupado com a possibilidade de, num segundo mandato, haver “divisão à esquerda e inexistência de uma alternativa à direita”.

“Talvez o senhor Presidente esteja preocupado porque olha para a direita e percebe que as pessoas se lembram da ‘troika’ e lá não querem voltar”, disse Catarina Martins.

Na opinião da líder bloquista, “a direita, neste momento, em Portugal não tem força, não tem projecto para o país, não tem representação”.

“O senhor Presidente da República é um homem de direita e, portanto, está preocupado com isso”, acrescentou.

Já Catarina Martins trabalha “todos os dias para construir uma alternativa à esquerda forte” e as suas preocupações prendem-se com “convergências à esquerda, porque a esquerda sim, tem capacidade e tem responsabilidades”.

No seu entender, deve haver “convergências para aquilo que é fundamental”, como “defender quem vive do seu trabalho”, sobretudo no actual contexto de pandemia, “defender o Serviço Nacional de Saúde e não deixar que a pandemia seja um negócio para os privados da saúde, mas sim chamar todos à responsabilidade de responder ao país e à saúde de toda a população”.

“São precisas essas soluções fundamentais para investir num país que tenha emprego decente, que trate as pessoas de forma decente e em todo o território. E é para isso que nós trabalhamos todos os dias”, frisou.

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