José Sócrates ataca Ana Gomes

No artigo, antigo primeiro-ministro fala de Mussolini, Donald Trump, Jair Bolsonaro, e sem lhe dar nome, da candidata a Belém.

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Sócrates refere debate entre Ana Gomes e Marcelo Rebelo de Sousa LUSA/PEDRO PINA

Num Post Scriptum a um artigo intitulado Ventos de Tragédia publicado na revista brasileira Carta Capital, o ex-primeiro-ministro do PS José Sócrates desencadeia um violento ataque à antiga eurodeputada socialista e candidata presidencial, Ana Gomes.

“Uma das candidatas usa igualmente a cartada do combate à corrupção, sem nenhum respeito pela inocência, pela presunção de inocência”, refere Sócrates. A esquerda portuguesa, acusa, não resistiu a entrar no jogo populista do que titulou como Ventos de Tragédia.

“Toda uma carreira política dedicada à maledicência — maldizer os adversários, os ricos, os poderosos e maldizer também os seus próprios camaradas. Maldizer para agradar aos pasquins e garantir popularidade. O próprio Presidente da República tem de se defender das maldosas insinuações da candidata”, afirma, sem atribuir nome e apelido a quem acusa.

Refere-se, obviamente, à candidata Ana Gomes e ao debate televisivo com Marcelo Rebelo de Sousa. “No final, fica-nos a enjoativa impressão que nada disto tem outro objectivo que não seja disfarçar um enorme vazio político”, conclui.

Este artigo arrancara a propósito da leitura da biografia de Mussolini M  O Filho do Século, de António Scurati. Sócrates recorda a entrada da violência no debate público e a política do puramente emocional na Itália fascista. Atravessa o Atlântico e lembra o recente assalto ao Capitólio dos apoiantes de Donald Trump como o mais recente episódio de uma longa história: “Mas que tem a particularidade de nos avisar que nem a capital imperial está a coberto desta vaga de violência política.”

Regressa à Europa e termina em Portugal, noticiando que a campanha eleitoral para Presidente da República é marcada por uma “vaga de degradação política”, a qual é atribuída à entrada em cena do candidato da extrema-direita, afirma que a direita salazarista estava apenas adormecida pela história à espera do momento certo. E, para o leitor brasileiro, refere-se ao exemplo do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Finalmente, este encadeado de personagens e exemplos termina em Ana Gomes.

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