Covid-19: Pfizer atrasa temporariamente entrega de vacinas na Europa para conseguir melhorar produção

A empresa farmacêutica vai abrandar a produção enquanto prepara um aumento da sua capacidade para poder futuramente produzir mais doses da vacina contra a covid-19. Redução temporária da produção irá afectar os países europeus, uma situação já confirmada pelo Ministério da Saúde português.

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A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer-BioNTech IVAN ALVARADO/Reuters

A Pfizer vai reduzir temporariamente as entregas da sua vacina contra a covid-19 na Europa, enquanto leva a cabo esforços para aumentar a sua capacidade de produção, anunciou esta sexta-feira o Instituto de Saúde Pública Norueguês (FHI, na sigla em inglês). A notícia foi depois confirmada pela própria empresa farmacêutica.

“Recebemos esta mensagem hoje [sexta-feira] um pouco antes das 10h. Esperávamos 43.875 doses da vacina da Pfizer na terceira semana (a próxima). Agora parece que vamos receber 36.075 doses”, disse o Instituto em comunicado citado pela agência Reuters.

A Pfizer irá reduzir agora as entregas de forma a limitar a produção para depois poder aumentar a sua capacidade para atingir o objectivo de produzir dois mil milhões de doses por ano. Actualmente, a sua capacidade de produção é de 1,3 mil milhões por ano.

“Esta redução temporária irá afectar os países europeus. Ainda não está claro quanto tempo irá demorar para que a Pfizer alcance a sua capacidade máxima de produção novamente”, acrescentou o instituto norueguês.

A empresa farmacêutica, com sede nos Estados Unidos, confirmou, em comunicado, o anúncio, revelando que vai ter que fazer alterações no processo e nas instalações de produção da vacina que irão exigir novas aprovações regulatórias.

“Embora isto tenha um impacto temporário nas entregas no final de Janeiro e início de Fevereiro, irá permitir um aumento significativo das doses disponíveis para os pacientes em finais de Fevereiro e Março”, disse a empresa.

O Ministério da Saúde português confirmou esta sexta-feira à noite a informação de que a BioNTech-Pfizer vai proceder a “uma alteração às quantidades de entrega de vacinas”, o que vai afectar “parcialmente a entrega da semana de 18 de Janeiro”.

Em comunicado, o ministério disse que o país e a Presidência Portuguesa estão em contacto com a Comissão Europeia e com a farmacêutica, adiantando que esta tarde se realizou uma reunião a nível europeu para ser apresentado o “planeamento da recuperação dos fornecimentos e para confirmar as quantidades das próximas entregas”.

A Noruega, que não pertence à União Europeia (UE), tem acesso às vacinas adquiridas através da UE graças à Suécia, que irá comprar mais doses do que necessita para as vender ao país vizinho.

As primeiras doses desta vacina chegaram a Portugal em Dezembro. Até ao momento, já foram administradas 106 mil doses da vacina contra a covid-19 em Portugal, segundo dados actualizados esta sexta-feira pela Direcção-Geral da Saúde.

No comunicado enviado, o Ministério da Saúde esclarece que o programa de vacinação vai continuar e que está previsto para domingo o início da administração das “segundas doses das vacinas contra a covid-19 aos quase 30 mil profissionais de saúde de contextos prioritários de hospitais e cuidados de saúde primários”.

No início deste mês, foi noticiado que a compra de mais 300 milhões de doses da vacina da Pfizer-BioNTech anunciada pela Comissão Europeia poderia levar à antecipação do calendário da segunda e terceira fases de vacinação em Portugal.

Notícia actualizada às 22h37 com o comunicado do Ministério da Saúde.

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