Vingou a luta pela igualdade

Clássico acabou mesmo em empate, apesar do maior assédio do Benfica na recta final de um jogo que o FC Porto terminou com 10 unidades.

Momento do jogo entre o FC Porto e o Benfica
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Momento do jogo entre o FC Porto e o Benfica LUSA/ESTELA SILVA
A festa do golo do FC Porto
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A festa do golo do FC Porto LUSA/ESTELA SILVA
Jogadores do Benfica festeja o golo marcado
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Jogadores do Benfica festeja o golo marcado LUSA/ESTELA SILVA
Momento do jogo entre o FC Porto e o Benfica
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Momento do jogo entre o FC Porto e o Benfica LUSA/ESTELA SILVA
Momento do jogo entre o FC Porto e o Benfica
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Momento do jogo entre o FC Porto e o Benfica LUSA/ESTELA SILVA

Acabou empatado (1-1) o duelo que prometia desempatar os vice-líderes da Liga, num jogo que o FC Porto terminou com dez homens, realisticamente sem possibilidades de bater pela quinta vez consecutiva o Benfica. Impulsionados pelo inesperado deslize do Sporting, que empatou (1-1) frente ao Rio Ave, em Alvalade, “dragões” e “águias” alijaram boa parte da pressão que ameaçava asfixiar o clássico, passando a olhar para o duelo do Dragão de uma nova perspectiva, que oferecia a possibilidade de reduzir (em caso de uma vitória) para metade a distância para o líder. Mas ficou tudo na mesma.

Sem grandes alternativas, Sérgio Conceição teve mesmo que repetir um número significativo de jogadores — as excepções foram Mbemba e Uribe — sobrecarregados pelo jogo da Taça de Portugal, entre os quais Luis Díaz, que esteve 104 minutos em campo na Choupana. Face à exclusão de Otávio do clássico, infectado com covid-19, o médio colombiano avançou para o “onze” titular do FC Porto. 

Na inversa, Jorge Jesus preparou toda a estratégia “encarnada” em função de uma equipa fisicamente bem menos castigada, já que apenas Seferovic e Nuno Tavares defrontaram de início o Estrela, tendo o suíço jogado 74 minutos e o jovem lateral — que foi a grande surpresa do Benfica no Dragão — disputado de início ao fim o encontro da Taça.

Com esta aposta, o treinador do Benfica, que prescindiu de Éverton, pretendeu reforçar o corredor esquerdo, controlando a influência de Corona, a profundidade de Marega e a verticalidade e velocidade de Nanu. E, na verdade, Jesus apenas confirmava o que dissera na véspera sobre a “transparência” das ideias de Conceição, que colocava Luis Díaz para atrair as atenções na esquerda enquanto procurava infiltrar-se no flanco oposto. 

No processo, Mbemba agitou o fantasma da Taça de Portugal e só não voltou a marcar porque falhou clamorosamente um primeiro e um segundo remates frontais à baliza dos visitantes, animando as hostes portistas e reforçando a postura ofensiva. Balanceamento que o Benfica suportou no primeiro impacto, até encontrar a estabilidade e fluidez necessárias para aproveitar os espaços deixados entre Nanu e Mbemba, algo que Darwin e Grimaldo exploraram num par de ensaios, com Seferovic a fazer um primeiro esboço do golo que não marcou mas soube oferecer, ao colega espanhol (17’). 

Reagiam os “dragões” menos de dez minutos volvidos, igualando com um golo assinado pela sociedade Taremi & Marega Lda: o iraniano, bem servido por Corona, rematou no coração da área e o maliano desviou a bola involuntariamente para desespero de Vlachodimos, que reclamava, em vão, da legalidade do lance.

Assim, depois de um período de jogo menos conseguido, o clássico ganhava vida própria, com um Benfica cirúrgico a tentar derrubar o rival do alto dos 16 jogos sem derrotas, o que poderia ter resultado na perfeição e rendido nova vantagem se o remate de Darwin não tivesse encontrado o poste da baliza de Marchesín. Imperava uma loucura saudável, com Luis Díaz a falhar a especialidade da casa na penúltima grande ocasião de golo da primeira parte, já que Darwin também não acertaria no alvo uma bola subtilmente desviada pelas costas do guarda-redes argentino. 

Com o segundo tempo chegaram as picardias e o acumular de fadiga, que afectou o discernimento e a qualidade do futebol, com o árbitro a procurar gerir a tensão com pinças. Pizzi pisava insistentemente a linha vermelha, atingindo Sérgio Oliveira com a bola e derrubando Pepe com um encontrão nas “barbas” do árbitro, que actuou salomonicamente para voltar a indultar disciplinarmente o médio do Benfica após carga dura sobre Corona.

Estava ferido o clássico, que sobrevivia à custa de lances como as defesas de Marchesín aos pés de Rafa e de Vlachodimos a um cabeceamento de Marega. Após duas advertências ao banco do FC Porto, Luís Godinho (alertado pelo VAR) endureceu o critério e expulsou Taremi depois de, à primeira, ter punido o iraniano com amarelo, por uma entrada ríspida sobre Otamendi.

O FC Porto entrava no último quarto de hora do jogo em inferioridade numérica, juntando as linhas sem, contudo, comprometer a presença no ataque, com Marega uma vez mais, já na pequena área, muito perto de bater o guardião grego

Pizzi saía de cena por ordem de Jesus e o Benfica procurava manter a cabeça fria para aproveitar a superioridade que Conceição tentava compensar com os ajustes finais, bem mais pragmáticos. Mesmo que isso implicasse a interrupção da série consecutiva de vitórias nos duelos com o rival, a troco de um posicionamento menos penalizador na frente da classificação.

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