Beautify Junkyards: sentidos despertos, abrem-se as portas do sonho

O quarto álbum da banda é uma magnífica confluência de passado e presente, de folk, electrónica e exploração sonora. Querem resgatar “alguma inocência e alguns ideais utópicos, nem que seja como linhas orientadoras para nos realinhar enquanto pessoas e enquanto sociedade”.

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Lois Gray

Era um espaço de entretenimento, um espaço de contemplação, um portal para viajar até locais longínquos no tempo e no espaço. Na primeira metade do século XIX, damas e cavalheiros acompanhados da sua descendência, casais de namorados em busca de algum recolhimento ou dandys a investigar novas excitações num mundo aborrecido entravam num edifício da Regent Street, em Londres, e, no escuro, deixavam-se levar. Através de um mecanismo que envolvia lentes de aumento, luzes e espelhos, grandes paredes de uma sala na cinzenta Londres enchiam-se de cor, transportando os visitantes para paisagens longínquas e exóticas noutros continentes e para monumentos estrangeiros, mas não tão distantes, ou colocando-os perante ferozes animais selvagens e obras de arte célebres. Entrando as portas dos Cosmorama Rooms, novos mundos se revelavam. Sentidos despertos, abriam-se as portas do sonho.

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