Eugene Goodman, o agente que passou de perseguido a herói do Capitólio

A sua acção, dizem os meios de comunicação norte-americanos, salvou vidas. Num vídeo feito pelo jornalista do HuffPost, Igor Bobic, o agente isolado é visto a ser perseguido por dezenas de apoiantes do ainda presidente dos EUA.

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Reuters/LEAH MILLIS

As imagens que as televisões mostraram repetidamente após a invasão do Capitólio por manifestantes pró-Trump são de um agente isolado, que vai subindo uma escadaria, ora de frente para a turba, ora parecendo tentar escapar à mesma, até a encaminhar para uma sala onde recebe o apoio de outros agentes. Eugene Goodman é o nome do profissional que agora é olhado como um dos heróis daquele dia. Afinal, o que fez foi afastar os manifestantes da Sala do Senado, permitindo que aquela pudesse ser esvaziada.

A sua acção, dizem os meios de comunicação norte-americanos, salvou vidas. Num vídeo feito pelo jornalista do HuffPost, Igor Bobic, o agente isolado é visto a ser perseguido por dezenas de apoiantes do ainda presidente dos EUA. Inicialmente, Goodman tenta bloquear o corredor, mas depois desloca-se noutra direcção, ainda empurra um dos homens, que vestia uma T-shirto do movimento conspiracionista de extrema-direita QAnon, como que o provocando, de maneira a que todo o grupo o siga escada acima, afastando-o da sala onde os membros do congresso contavam os votos. 

Segundo o Washington Post, o vídeo foi feito às 14h14 e as portas do Senado foram fechadas um minuto depois. Na verdade, não se sabe se a táctica foi ou não intencional mas certo é que preveniu ainda mais violência pois o grupo acabaria por ser encurralado por outros agentes.

Por isso, desde que Goodman foi identificado que está a ser qualificado como um herói — como o intitula a jornalista da CNN Kristin Wilson —, e uma das razões para tal é o facto de ser um negro à frente de um grupo de homens brancos que entraram no Capitólio empunhando bandeiras da Confederação, ou seja, um símbolo do ódio racial.

Recorde-se que a invasão do Capitólio resultou na morte de cinco pessoas, entre as quais um agente da segurança do edifício.

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