Benfica e Jorge Jesus reencontram o “faminto” dono da Reboleira

Já lá vão quase 12 anos desde que o Benfica visitou o mítico estádio José Gomes, na Reboleira. O Estrela da Amadora caiu no abismo e, agora reerguido, a competir na terceira divisão nacional, procura fazer tombar o Benfica na Taça de Portugal.

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O estado actual do José Gomes DR
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Rui Costa em 2008, num dos últimos jogos entre as duas equipas NACHO DOCE
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Perspectiva do José Gomes DR
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Vidigal e Nuno Gomes em duelo no último Estrela-Benfica, em 2009 EVR ENRIC VIVES-RUBIO
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Túnel no José Gomes DR
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Cardozo marcou um penálti na Reboleira, em 2009 EVR ENRIC VIVES-RUBIO

Estrela da Amadora e Benfica jogam nesta terça-feira (21h15, TVI) nos oitavos-de-final da Taça de Portugal. Um só jogo, do qual sairá, dê por onde der – com 90 minutos, prolongamento ou penáltis –, uma das oito melhores equipas da prova 2020/21.

Já lá vão quase 12 anos desde que o Benfica visitou o mítico estádio José Gomes, na Reboleira. O Estrela da Amadora caiu no abismo e o recinto que criava o “inferno da Reboleira” não foi imune à queda e extinção do clube.

Agora, o José Gomes está a meio caminho entre o moderno e o devoluto. É um “corpo” velho – efeitos do abandono durante anos –, mas com alguns “órgãos” revitalizados – há traços de luxo e modernidade nos balneários, na tribuna, no ginásio e nas bancadas.

A equipa da Amadora, a viver os primeiros passos de uma refundação, disputa agora o terceiro escalão do futebol nacional. Há toda uma segunda divisão a separar Estrela e Benfica, pelo que o presente não se coaduna com euforias, mas, em conversa com o PÚBLICO, em Dezembro, antes do Estrela-Farense, Artur Pinheiro, que se diz adepto do Estrela desde que nasceu, desmistificou o problema. “Oh amigo, o futebol não se faz de números nem de estatuto. Ali dentro ganha quem comer mais relva. E o meu Estrela está faminto há muitos anos”.

O soundbyte de grande nível enquadra na perfeição as palavras de Jorge Jesus na antevisão da partida. O técnico do Benfica, com ligação umbilical à Amadora e ao Estrela, lembrou que a Taça de Portugal é uma prova diferente das restantes, na qual os clubes mais modestos conseguem agigantar-se.

“É uma prova em que todas as equipas ambicionam chegar à final, mesmo aquelas que não são tão favoritas, como o Estrela – que até já ganhou uma Taça. As equipas mais pequenas ficam mais fortes e jogam na expectativa de surpreender. E o Estrela já eliminou uma equipa da primeira divisão, o Farense. Isso é um sinal para nós”, detalhou, como “aviso à navegação”.

Do lado contrário, Rui Santos é especialista na “arte de tombar gigantes” – eliminou o Vitória de Guimarães, pelo Sintra Football, e eliminou o Farense, já pelo Estrela, após a fusão com o anterior clube. O técnico dos amadorenses garante acreditar no sonho de deitar abaixo o Benfica.

“Eu acredito. Em futebol, tudo é possível. Os jogadores vão ter uma oportunidade única de verem quais são os seus limites”, apontou, garantindo que pouco mudou na preparação de um jogo especial: “Nós não alteramos nada. É o mesmo modelo de treino e de jogo. Fazemos tudo igual. Se há algum segredo [em ser “tomba-gigantes”] é não mexermos muito e não alterarmos muito o que está implantado na equipa”.

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