FC Porto sobrevive a furacão para resgatar a eliminatória

Foi apenas no prolongamento e com o adversário reduzido a dez que os “dragões” confirmaram a passagem aos “quartos”, que parecia fácil, mas esteve muito tremida.

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LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

Foi arrancada a ferros, depois de indesejadas horas extraordinárias, a passagem do FC Porto aos quartos-de-final da Taça de Portugal (2-4), numa eliminatória que esteve presa por um fio até aos 88 minutos. O desperdício “azul e branco”, conjugado com o instinto assassino do Nacional, esteve na iminência de elevar a Madeira à condição de verdadeira tomba-gigantes. Valeu a estrela de Evanilson e a condição de simples mortais dos insulares, especialmente depois de reduzidos a dez desde o 2-1. 

Com o vento pelas costas e seis alterações no “onze” inicial - a vincar a importância de não esquecer que vem aí o Benfica -, o FC Porto sentia legitimidade para ir em busca dos “quartos”. Perspectiva validada pelas opções “alvinegras”, a ditarem igualmente uma pequena revolução no “onze”, com seis rostos novos. Tudo somado a um relvado pesado mas aceitável, apesar de nem sempre tolerante com os preciosismos portistas, foi possível perceber que o primeiro golo seria mera questão de tempo.

Sérgio Conceição apostava na dupla Taremi-Toni Martínez, com Luis Díaz a voar pela esquerda, mas coube a Sérgio Oliveira o privilégio de ser o primeiro a testar a atenção de Piscitelli. O médio rondou sempre a área adversária, confiando o meio--campo defensivo a Grujic e tentando a meia-distância antes de enviar o primeiro aviso sonoro ao ferro dos madeirenses, num canto olímpico.

A última linha do Nacional hesitava em demasia, apesar da solidariedade de Alhassan com a dupla de centrais, a formar um bloco que o FC Porto minava com incursões de Nanu pelo corredor de onde Corona partia directo ao coração do Nacional. A equipa da casa expunha-se num jogo curto e arriscado.

Porém, na primeira oportunidade, recordava aos portistas que tinha três bazucas de prevenção na frente, desaconselhando euforias desmedidas, como a que transformou um lance de muito perigo dos “dragões” na primeira investida séria dos nacionalistas. “Atrevimento” que levou os detentores do troféu a intensificarem as acções junto da área contrária, sempre com Luis Díaz e Nanu a injectarem lubrificante na engrenagem que o colombiano desencravou a pedido do lateral (22’). 

Não se intimidou o Nacional, que, em dois minutos, repôs a igualdade, por Róchez, a marcar à meia-volta, cercado por três defesas.

O FC Porto voltava à carga, com Diogo Leite (à barra) e Luis Díaz (ao lado) a adiarem o golo da vantagem... que surgiria na segunda parte, mas para o Nacional. Taremi e Sérgio Oliveira não superavam Rui Correia e Piscitelli, dando tempo e espaço para o raide de Riascos, a colocar o Nacional em vantagem com cerca de meia hora para jogar. 

Sérgio Conceição esquecia o Benfica e, aproveitando a expulsão de Rui Correia (lance contestado pelos madeirenses), lançava Zaidu e Otávio numa equação que só a entrada de Evanilson resolveu. Em desespero, o técnico do FC Porto trocava Diogo Leite pelo brasileiro, que só precisou de alguns segundos para empatar, em lance precedido de bola no braço de Alhassan e Taremi, que o VAR autorizou. 

O prolongamento impunha-se, mas o Nacional até podia tê-lo evitado, valendo a intervenção de Diogo Costa a evitar um golo em remate-surpresa de Alhassan, do meio-campo, na reposição da bola. O FC Porto ainda tentou evitar os 30 minutos suplementares, reclamando um penálti sobre Taremi, hipótese descartada pelo árbitro após consulta das imagens no monitor. 

A capitulação veio depois, com Sérgio Oliveira e Taremi a executarem a pena e Diogo Costa a defender um penálti no sopro final, confirmando o apuramento dos “dragões”.  

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