Covid-19: associação defende que os ginásios devem permanecer abertos

A AGAP classifica como “marginal” a taxa de infecções nos ginásios, apesar de um estudo afirmar que frequentá-los é um factor de risco acrescido de infecção com o novo coronavírus.

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Rui Gaudêncio

A Portugal Activo – AGAP, associação que representa as empresas de ginásios, defende que é fundamental para os portugueses continuarem a praticar exercício físico e que os ginásios devem manter-se abertos, mesmo em caso de um novo confinamento geral.

Em comunicado enviado à Lusa, a AGAP revela que “está a acompanhar com toda a atenção a evolução da situação pandémica em Portugal” e que, mesmo perante um cenário de um novo confinamento geral, “é fundamental permitir aos portugueses que continuem a praticar exercício físico”.

“Acreditamos que estão reunidas todas as condições para que os clubes de fitness se possam manter abertos e estar à disposição para a prática de actividade física. O impacto de um novo confinamento pode representar uma situação irreversível para a saúde dos portugueses”, alerta a associação.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da AGAP, José Carlos Reis, afirma que desconhece, por agora, se os ginásios vão ser encerrados, mas admite que tem “um mau pressentimento” e que, a confirmar-se, será um revés para o sector e para a saúde dos portugueses.

“Voltar a encerrar os ginásios é uma marcha atrás, porque cria uma grande instabilidade nas pessoas e as leva a pensar que os nossos espaços são perigosos e um foco de propagação do vírus, o que na realidade não se comprova”, frisa José Carlos Reis, que sublinha que “os ginásios portugueses são locais seguros”, “apresentam taxas de contágio próximas de zero” e “têm um papel importantíssimo na saúde física e emocional”.

No seu comunicado, a AGAP classifica como “marginal” a taxa de infecções nos ginásios e refere que “não há dúvidas de que os clubes são locais seguros para a prática de exercício físico”.

Ciente de que um novo encerramento pode também significar a falência de muitos agentes deste sector, o presidente da AGAP diz que, por agora, não é esse o foco da associação, mas sim o impacto que essa decisão pode ter na saúde da população.

“As pessoas que têm hábito de prática de exercício físico têm uma saúde imunitária muito mais fortalecida do que as que não praticam. Numa situação de pandemia, o facto de praticar exercício é uma grande vantagem e não faz sentido encerrar uma actividade que reforça a saúde das pessoas”, conclui o dirigente da AGAP.

Em Novembro, porém, um estudo apresentado durante uma reunião de peritos, na sede do Infarmed, em Lisboa, indicava que frequentar ginásios ou viver em casas mais lotadas são factores de risco acrescido de infecção com o novo coronavírus, ao contrário da utilização de transportes públicos, espaços comerciais e de restauração.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.926.570 mortos resultantes de mais de 89 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 7803 pessoas dos 483.689 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.

O estado de emergência decretado a 9 de Novembro para combater a pandemia foi renovado com efeitos desde as oh de 8 de Janeiro, até dia 15.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do Centro da China.

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