Família Mello deixa liderança executiva do grupo CUF

No topo do grupo Mello, sai Vasco e entra Salvador, mas na saúde há uma maior profissionalizaçao da comissão executiva. Família diz que alterações são “sucessão natural”.

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Salvador de Mello sai da liderança executiva da CUF Rui Gaudencio

A família Mello vai abandonar a liderança executiva do grupo CUF, um dos maiores operadores privados na área da saúde em Portugal, com 19 hospitais, institutos e clínicas em funcionamento e com um plano de expansão em curso. A partir desta segunda-feira, a presidência executiva do grupo deixa de ser ocupada por Salvador de Mello fica entregue a Rui Diniz, um gestor formado na Universidade Católica e de Lisboa e que até agora, e desde há cinco anos e meio, era vice-presidente da José de Mello Saúde.

As mudanças foram desenhadas num Conselho de Accionistas da família José de Mello, que teve lugar esta segunda-feira e no qual também se decidiram alterações da liderança executiva do próprio grupo Mello.

De acordo com comunicado enviado às redacções, Vasco de Mello vai sair do cargo de presidente executivo da holding de topo para dar lugar ao irmão mais novo, Salvador de Mello. Vasco de Mello também sai da comissão executiva do negócio da saúde.

Mesmo assumindo a presidência executiva da José de Mello, Salvador de Mello mantém-se como presidente do Conselho de Administração da CUF, mas agora com funções não executivas, passando Rui Diniz, até agora vice-presidente, a assumir as funções de presidente executivo.

Estas alterações surgem depois de o próprio Vasco de Mello ter saído da liderança executiva da Brisa, entregando-a ao anterior ministro da economia Pires de Lima. Depois da Brisa, também a CUF Saúde passa agora para as mãos de executivos fora da família Mello.

Vasco de Mello fica como presidente do Conselho de Administração da José de Mello, mas agora com funções não executivas, e mantém-se como presidente do Conselho de Administração da Brisa (com Pires de Lima como presidente executivo) e ainda como presidente da direcção da Fundação Amélia de Mello.

Pedro de Mello, que preside ao conselho de accionistas familiar onde foram tomadas estas decisões, manter-se-á como vice-presidente do Conselho de Administração da José de Mello, agora com funções não executivas, que acumula com a presidência da Sociedade Agrícola D. Diniz (Monte da Ravasqueira).

No já referido comunicado, a família diz que este “novo ciclo de desenvolvimento de negócios” está “sustentado numa sólida situação financeira” e visa “dar continuidade a um legado histórico empresarial iniciado em 1898 por Alfredo da Silva, permitindo o crescimento e o desenvolvimento do Grupo José de Mello e mantendo o compromisso de contribuir para a dinamização da economia nacional e para o futuro de Portugal”.

Citado no mesmo documento, Vasco de Mello refere que “a alteração da presidência executiva decorre de um processo de sucessão natural” e que esta ocorre numa altura em que o Grupo José de Mello se encontra preparado para encarar com ambição um novo ciclo de crescimento dos negócios e desenvolvimento de novas oportunidades”.

Os principais negócios da família dividem-se pela indústria química (Bondalti), pelas auto-estradas (Brisa) e pelos hospitais e institutos de saúde (CUF). É também um accionista de referencia da Efacec.

Tendo já 19 unidades de saúde em funcionamento, e um plano de expansão em curso, a CUF Saúde registou proveitos operacionais de 708 milhões de euros em 2019. Pela gestão e exploração da maior rede de auto-estradas em Portugal, a Brisa teve proveitos operacionais de 804 milhões de euros em 2019. O grupo tem também uma posição relevante na industria química, anunciando-se como o maior operador português nesta área através da Bondalti, empresa que já assumiu o seu interesse em avançar com investimentos na área do hidrogénio. Os proveitos operacionais desta área de negócio atingiram os 293 milhões de euros em 2019.

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