Covid-19: nunca houve tantos casos em vigilância. Número de “positivos” pode continuar elevado nos próximos dias

Entre contactos de risco e casos activos, há cerca de 200 mil pessoas em isolamento neste momento. Metade são contactos de alto risco ainda à espera de resultados de testes à covid-19.

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Os casos em vigilância têm sido um indicador da potencial evolução das infecções confirmadas PAULO PIMENTA

O número de pessoas com diagnóstico confirmado de covid-19 atingiu, nos últimos dois dias, o patamar mais elevado desde o início da pandemia – em torno dos 10 mil novos “positivos” diários. O total de casos sob vigilância, devido a contactos de risco, acompanhou esta tendência e atingiu também os valores mais elevados desde o início da pandemia, o que é um indicador de que os casos confirmados podem continuar elevados nos próximos dias.

De acordo com a Direcção-Geral da Saúde (DGS), 103.771 pessoas encontra-se actualmente em vigilância por terem tido um contacto de risco. É o número mais elevado desde o início da pandemia. Se juntarmos a estes, o número de casos activos (93.360), temos quase 200 mil pessoas em isolamento e sob acompanhamento do Serviço Nacional da Saúde (SNS). Ou seja, cerca de 2% da população portuguesa.

As contas são feitas, esta sexta-feira, pela TSF, que cita o antigo presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira, que considera “alarmantes” estes dados, adiantando que os casos em vigilância têm sido um indicador da potencial evolução das infecções confirmadas: “Quando temos um aumento muito elevado, como agora, de pessoas em vigilância, um número significativo destas pessoas passará mais tarde a manifestar sintomas da doença”.

Ou seja, o patamar de novos casos confirmados de covid-19 poderá continuar elevado, tal como nos últimos dois dias. Nas declarações feitas no final do Conselho de Ministros desta quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, tinha antecipado que a evolução desses dados determinaria a necessidade de um novo confinamento nas próximas semanas, em moldes semelhantes aos do primeiro confinamento, decretado em Março.

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