Um herói com um pénis com superpoderes é o programa de animação que está a dividir os dinamarqueses

Programa infantil da televisão dinamarquesa, para a faixa etária dos 4 aos 8 anos, está a dividir opiniões entre pais e políticos.

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DR

Um programa dinamarquês sobre um homem com o superpoder de um pénis infinitamente extensível está a dividir opiniões entre pais e políticos na Dinamarca. Afinal, o programa John Dillermand — que pode ser traduzido como “João Pénis” — é para crianças dos 4 aos 8 anos e foi para o ar na DR, a emissora nacional, o equivalente à RTP.

O programa de animação apresenta um boneco feito de argila com uma roupa às riscas brancas e vermelhas, e com um pénis extensível (vestido com o mesmo padrão) — às vezes útil, outras vezes o órgão fica fora de controlo.

Muitos dinamarqueses recorrem às redes sociais para expressar a sua indignação, apelidando o programa de “nojento” e “abaixo dos padrões” para um animação infantil. “Sou o único que acha repreensível que as crianças achem divertido ver um pénis de um adulto na DR?”, escreveu no Twitter Morten Messerschmidt, do conservador Partido do Povo Dinamarquês. A escritora Anne Lise Marstrand-Jørgensen pergunta se na era do #metoo, em que se discute o assédio sexual se é “realmente a mensagem que queremos transmitir às crianças”.

Mas outros consideram a personagem “engraçada” e “inofensiva”. Por exemplo, na série, o pénis fica preso na porta de um autocarro, segura balões enquanto John voa pelo ar e é usado quer como hélice de helicóptero quer como um chicote para domar um leão.

A emissora justifica que o programa tem como objectivo satisfazer a curiosidade que as crianças têm sobre os seus corpos, incluindo as partes que podem achar mais constrangedoras, daí o personagem ser um adulto com um corpo incomum. “As crianças gostam de ficar nuas e explorar o seu corpo. Elas brincam aos médicos, examinam-se umas às outras e adoram palavras impróprias”, justifica Margrethe Bruun Hansen, a psicóloga infantil que foi consultada para a produção do programa.

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