Covid-19. Há mais 9927 casos de infecção — o segundo pior dia desde o início da pandemia

É o segundo dia com mais casos de infecção desde o início da pandemia e o terceiro com o maior número de mortes. Os novos casos foram detectados sobretudo no Norte e na região de Lisboa e Vale do Tejo.

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Hospital de São João, no Porto Paulo Pimenta

Há mais 9927 casos de infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal, segundo o boletim epidemiológico divulgado esta quinta-feira pela Direcção-Geral da Saúde – é o segundo valor diário mais elevado desde o início da pandemia, depois dos 10.027 casos registados no dia anterior. Sabe-se, ainda, que morreram 95 pessoas esta quarta-feira. Foi o terceiro pior dia de sempre, depois de se terem registado 95 mortes a 11 de Dezembro e 98 mortes a 13 do mesmo mês. No mesmo período de 24 horas, mais 3476 pessoas foram dadas como recuperadas da doença.

Destes quase 10 mil casos, a maior parte das infecções divide-se entre a região Norte (com 3554 casos registados) e a região de Lisboa e Vale do Tejo (3501 infecções). Houve 1855 novos casos no Centro, 574 no Alentejo, 348 no Algarve, 68 nos Açores e 27 na Madeira.

Foi em Lisboa e Vale do Tejo que se registou o maior número de mortes em 24 horas: de acordo com os últimos números foram 38 óbitos. No Norte, foram 27; no Centro, 17; no Alentejo, dez e no Algarve três. Nas regiões autónomas não se registaram quaisquer óbitos.

No total, desde Março, já se contam em Portugal 456.533 casos positivos e 7472 óbitos, assim como 355.701 recuperados. 

Este é sexto dia consecutivo em que o número de pessoas hospitalizadas sobe: há 3333 pessoas internadas nos hospitais portugueses com covid-19, mais 40 do que na terça-feira — dos quais 514 internados em unidades de cuidados intensivos, mais um doente do que no período anterior. Face ao aumento esperado de novos internamentos nos próximos, vários hospitais começaram a analisar estratégias para ultrapassar a “pressão” que já acusam nas enfermarias. Alguns hospitais ouvidos pelo PÚBLICO já começaram mesmo a suspender a actividade programada não urgente

De acordo com alguns especialistas ouvidos pelo PÚBLICO, os altos números de novos casos registados nos últimos dias podem ter uma relação directa com o relaxamento das medidas de contenção da covid-19 que se verificou durante a quadra festiva — e alertaram para a necessidade de se tentar conter a propagação do vírus nos próximos dias.

Como resposta aos aumentos verificados, foi decretado um novo estado de emergência para os próximos dias. Nesta quinta-feira, António Costa reconheceu que as medidas adoptadas “não são suficientes” e anunciou que a circulação entre concelhos com maior número de infecções por cada 100 mil habitantes estará proibida no próximo fim-de-semana. O primeiro-ministro admitiu, ainda, a possibilidade de um novo confinamento semelhante ao da Primavera, mas com escolas abertas — hipótese que já havia sido defendida por alguns peritos.

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