Prémio Costa distingue romance sobre uma sereia e biografia sobre racismo

O vencedor do Livro do Ano, que será anunciado no dia 26 de Janeiro, recebe um prémio monetário no valor de 30 mil libras (aproximadamente 35 mil euros).

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As obras vencedoras nas diversas categorias do prémio dr

O livro de memórias de Lee Lawrence, cuja mãe foi alvejada dentro de casa pela polícia, em Inglaterra, venceu o Prémio Costa na categoria de biografia, enquanto a escritora britânica Monique Roffey venceu o prémio para melhor romance.  Love After Love, de Ingrid Persaud, foi o livro premiado na categoria primeiro romance. O vencedor do Livro do Ano será anunciado no dia 26 de Janeiro.

The Mermaid of Black Conch, uma história de amor passada numa pequena aldeia das Caraíbas, em 1976, entre um pescador e uma sereia centenária, foi a escolhida na categoria de melhor romance, de acordo com o site do Prémio Literário Costa, que anunciou os vencedores de 2020, nas suas diversas categorias.

The Louder I Will Sing, distinguido como melhor biografia, é um livro escrito por Lee Lawrence, sobre a experiência de crescer na Grã-Bretanha moderna, como jovem negro.

Lee Lawrence tinha 11 anos quando, durante o motim de Brixton (sul de Londres), em 28 de Setembro de 1985, a polícia invadiu a sua casa e, por engano, alvejou a mãe, Cherry Groce, deixando-a paraplégica. A partir daquele momento, as suas vidas mudaram para sempre.

The Louder I Will Sing: A story of racism, riots and redemption é uma história tanto de pessoas como de política, mas também sobre o poder positivo que a esperança, a fé e o amor podem trazer como resposta, segundo o site.

O Prémio Literário Costa prestou homenagem póstuma à poeta irlandesa Eavan Boland, que morreu em Abril do ano passado, escolhendo The Historians como o vencedor de 2020 na categoria de poesia.

Ao longo dos seus quase sessenta anos de carreira, Eavan Boland tornou-se conhecida pela sua habilidade para entrelaçar mitos, história e a vida de uma mulher comum, transformando-os numa “poesia hipnotizante”.

O seu volume final, The Historians, explora as formas pelas quais histórias ocultas, por vezes totalmente baseadas na vida das mulheres, “podem rever poderosamente a nossa noção de passado”.

Love After Love, de Ingrid Persaud, escritora natural de Trindade e Tobago, foi o livro premiado na categoria primeiro romance.

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Esta história junta uma mulher “irreprimível”, Betty Ramdin, o seu tímido filho, Solo, e o seu “maravilhoso hóspede”, Sr. Chetan, formando uma família não convencional.

Felizes nas suas diferenças, constroem juntos uma casa, que os mantém a salvo de um mundo cada vez mais perigoso, até à noite em que um copo de rum e uma terrível verdade destroem a unidade familiar, afastando-os uns dos outros.

Na categoria de livro infantil, a autora premiada foi a inglesa Natasha Farrant, com Voyage of the Sparrowhawk, uma viagem épica, de perseguições policiais, tempestades no mar e cachorros inesperados.

Passada no rescaldo da Primeira Guerra Mundial, a história segue dois órfãos, que viajam no seu pequeno barco, através do Canal, em busca dos seus entes queridos e de um lugar a que possam chamar casa.

Lançado em 1971, o Prémio Costa é um dos mais prestigiados e populares galardões literários do Reino Unido, distinguindo anualmente os melhores livros do ano, escritos por autores residentes no Reino Unido e na Irlanda.

O prémio tem cinco categorias -- cada uma delas é avaliada separadamente por um painel de três juízes - e, dos vencedores de cada uma das categorias, um é escolhido como Livro do Ano, este seleccionado por um painel de nove membros, que inclui representantes dos painéis originais.

O vencedor do Livro do Ano, que será anunciado no dia 26 de Janeiro, recebe um prémio monetário no valor de 30 mil libras (aproximadamente 35 mil euros).

No ano passado, o Prémio Livro do Ano foi para O voluntário, de Jack Fairweather, a biografia de Witold Pilecki, herói da resistência polaca, na Segunda Guerra Mundial, que se infiltrou em Auschwitz.

O prémio melhor romance distinguiu O Coração de Inglaterra, de Jonathan Coe, o primeiro romance galardoado foi The confessions of Frannie Langton, de Sara Collins, o melhor livro de poesia foi Flèche, de Mary Jean Chan, e, na área infantil, o livro distinguido foi Asha & the Spirit Bird, de Jasbinder Bilan.

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