E se o mundo acabasse daqui a duas semanas?

Em Two Weeks to Live, Maisie Williams, de A Guerra dos Tronos, é uma jovem que foi criada para acreditar que o mundo ia acabar a cada momento. Um dia, convence-se de que vai mesmo acabar, e parte numa viagem de vingança.

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Maisie Williams e Sian Clifford em Two Weeks to Live DR

Algures no campo no norte de Inglaterra, Kim foi educada a vida toda para achar que o mundo iria acabar a qualquer momento. Longe da civilização, foi treinada para sobreviver pela mãe, Tina, que a deixou ter muito pouco contacto com o que se passava lá fora ao longo dos últimos 16 anos, um período em que ambas estiveram fugidas do mundo. Um dia, após fazer 21 anos, decide quebrar o isolamento e ir ver como é que as outras pessoas vivem. Num pub, conhece dois irmãos, embebeda-se e vai para casa com eles.

Um dos irmãos, a gozar com ela, mostra-lhe uma falsa notícia que diz que o mundo vai finalmente acabar daí a duas semanas. A notícia é uma mentira óbvia para qualquer pessoa que tenha passado cinco minutos na internet, mas Kim, que não tem essa experiência, acredita, e fica convencida de que o mundo vai mesmo acabar. E responde à velha pergunta sobre o que é que faria se soubesse que só tinha mais duas semanas de uma maneira muito própria: lança-se numa viagem de vingança para matar o homem que, vários anos antes, assassinou o pai dela, situação a que assistiu.

É esta a premissa de Two Weeks to Live, uma minissérie britânica da Sky One que foi transmitida no Reino Unido entre Setembro e Outubro e chegou no final de Dezembro à HBO Portugal. Criada por Gaby Hull, a ideia original da série, há vários anos, era ser um filme, mas, com o passar do tempo, a produção percebeu que seria mais fácil fazer seis episódios de televisão, e foi isso que aconteceu.

No centro de tudo, a série conta com Maisie Williams, mais conhecida como a Arya Stark de A Guerra dos Tronos, num papel que, tal como esse, também é marcado pela sede da vendeta. Mas Two Weeks to Live é, essencialmente, uma comédia, no meio da acção, das mortes, das lutas, da história de mãe e filha e do mistério sobre o passado de ambas, que vai sendo revelado aos poucos. As acções e assassínios, e a forma como se desenrolam, com piadas e reviravoltas inesperadas, devem um bocado a séries como Killing Eve. A ideia de violência em viagem numa minissérie cómica seca também poderá remeter para The End of the F***ing World.

É Maisie Williams quem faz de Kim, uma jovem que vive na dualidade. Ao mesmo tempo que é uma hábil e experiente lutadora, nunca foi confrontada com facetas do mundo que para o resto das pessoas são normais, numa constante viagem de descoberta. Pode muito facilmente ser enganada por pessoas com más intenções, mas, ao mesmo tempo, pode também atacá-las com violência. Kim não está nas redes sociais, não tem telemóvel, nunca vestiu um vestido e saltos altos, e só viu quatro filmes na vida: Sozinho em Casa 2: Perdido em Nova IorqueOs Condenados de ShawshankO Exterminador Implacável e Braveheart: O Desafio do Guerreiro

A acompanhá-la, como Tina, a sua mãe protectora, está Sian Clifford, que fazia de irmã de Phoebe Waller-Bridge em Fleabag. O resto do elenco inclui Taheen Modak, cuja carreira se tem resumido ao audiovisual britânico, Mawaan Rizwan, um cómico que começou como YouTuber, Jason Flemyng, uma cara familiar dos filmes de Guy Ritchie, Thalissa Teixeira, uma actriz de origem brasileira em ascensão que já apareceu em megaproduções como Velocidade Furiosa: Hobbs & Shaw, ou Sean Pertwee, de Gotham.

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