Há cem anos, os pescadores poveiros disseram não ao Brasil e regressaram a Portugal

Entre o final de 1920 e 1921, os pescadores da Póvoa de Varzim radicados em vários locais do Brasil rejeitaram naturalizar-se e, impedidos de continuar a trabalhar naquele país, foram repatriados. A Portugal regressaram pobres, mas foram recebidos como heróis patriotas.

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Recepção dos poveiros recém-chegados do Brasil frente ao posto de desinfecção, no Porto de Lisboa (Nov 1920). Foto da Colecção Ferreira da Cunha, Arquivo Municipal de Lisboa

O que têm em comum a pequena praça/jardim João do Rio, à Almirante Reis, em Lisboa e a Praça dos Poveiros, no Porto? A resposta podemos encontrá-la um pouco mais a norte, na Póvoa de Varzim, na Avenida do Repatriamento dos Poveiros: outra homenagem toponímica ao mesmo episódio histórico ocorrido entre os últimos meses de 1920 e o arranque de 1921. Por esses dias, dos transatlânticos que ligavam o Brasil a Portugal desembarcavam centenas e centenas de pescadores poveiros, ex-emigrantes despojados de quase tudo menos de um estranho e singular sentimento patriótico que os levara a recusar perder a nacionalidade portuguesa e a tornarem-se brasileiros, como passou a ser exigido a quem quisesse continuar a ter barco e a pescar em terras de Vera Cruz. 

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