Chefe da Casa Militar de Marcelo teve que deixar cargo porque passou à reserva?

Presidente da República tentou explicar as razões da saída do seu antigo Chefe da Casa Militar, depois de ter sido noticiado o “achamento” das munições de Tancos

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Nuno Ferreira Santos

A frase

“Não foi demitido por coisa nenhuma dessas. Passou à reserva por limite de idade”

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

O contexto

Em entrevista na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa foi confrontado com o caso de Tancos e o facto de o seu então chefe da Casa Militar ter deixado funções poucos meses depois do “achamento” das munições, que o Ministério Público considera ter sido encenado. Na resposta, o Presidente negou a pergunta que lhe foi feita, começando por dizer: “Não o demiti”. Explicou então que o general João Cordeiro “passou à reserva” e que se lembra de ter assinado esse despacho no dia 28 de Dezembro, dia em que foi operado a uma hérnia umbilical.

Os factos

O general João Cordeiro passou efectivamente à reserva no dia 31 de Dezembro de 2018, mas essa condição não o impedia de continuar a desempenhar as funções de chefe da Casa Militar. O seu sucessor, aliás, foi o general Vaz Antunes, que até já estava na reforma quando foi escolhido por Marcelo Rebelo de Sousa.

A conclusão

A forma como Marcelo justificou a saída do general João Cordeiro é parcialmente falsa, ou seja, o militar passou à reserva mas isso não é automaticamente justificação para a cessação de funções, como disse na TVI. Na nota publicada no site da Presidência, a 30 de Novembro de 2017 (um mês antes da saída), é dito que João Cordeiro sai a seu pedido e “por motivos pessoais”. 

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