Pequeno ensaio sobre o tribalismo – parte 3

Não é possível desarmadilhar o tribalismo enquanto não for rompida a esparrela do confronto entre justos e deploráveis, e enquanto enchermos o espaço público com palavras-cianeto, que matam o interlocutor à primeira dentada.

Em tempos politicamente moderados, quem discorda de mim é meu adversário. Em tempos politicamente extremados, quem discorda de mim é meu inimigo. E em tempos de crescimento acelerado do tribalismo, as conversas vão-se tornando cada vez mais difíceis, até se tornarem impossíveis. O Outro deixa de ser reconhecido como um interlocutor válido, e num confronto entre justos e deploráveis não há plataforma mínima de entendimento. Para citar Mamadou Ba, num cristalino artigo no Expresso: “Uma ponte supõe duas margens, e qual a margem para acomodar a indignidade?”

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