Com críticas à lentidão do processo, a UE diz-se pronta para ajudar a aumentar a produção de vacinas

A União Europeia admite “dificuldades” por falta de “capacidade de produção”. É o caso da BioNTech, a única farmacêutica com vacina aprovada na UE.

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Um dos primeiros vacinados contra a covid-19 em Portugal, no Hospital de S. João, no Porto Paulo Pimenta

A União Europeia declarou-se neste sábado pronta para ajudar a aumentar a capacidade de produção de vacinas contra a covid-19, no dia em que reconheceu uma “insuficiência global” neste aspecto, e quando as campanhas de vacinação na Europa estão atrasadas.

O arranque da vacinação tem sido alvo de críticas na Europa, nomeadamente em França, com a lentidão do processo, e na Alemanha, onde os médicos lamentam que o pessoal hospitalar não seja prioritário devido à falta de doses em número suficiente, refere a AFP.

“As dificuldades, de momento, não se devem ao volume de encomendas, mas à insuficiência à escala mundial da capacidade de produção. É o caso da BioNTech”, a única vacina aprovada pela Agência Europeia do Medicamento, explicou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, numa entrevista à agência alemã DPA.

Depois de ter feito uma encomenda inicial, em Novembro, de 200 milhões de doses da vacina desenvolvida pela americana Pfizer e pela alemã BioNTech, a União Europeia exerceu a opção de compra de 100 milhões de doses adicionais em 2021. Fruto dessa aquisição, Portugal vai receber 2,2 milhões de doses adicionais da vacina da Pfizer-BioNTech.

A vacinação começou no passado fim-de-semana na generalidade dos países da União Europeia (UE), depois da luz verde de Bruxelas no final de Dezembro à vacina da Pfizer/BioNTech, a primeira a ser autorizada pela Agência Europeia do Medicamento.

“Em boa hora a UE concedeu financiamento à BioNTech de 100 milhões de euros para desenvolver a sua capacidade de produção (…) A situação vai melhorar pouco a pouco”, disse a comissária europeia, acrescentando que a UE está “novamente pronta a ajudar a aumentar as capacidades de produção”.

A BioNTech espera iniciar a produção a partir de Fevereiro numa nova unidade de produção em Marburg, na Alemanha, capaz de fornecer 250 milhões de doses adicionais no primeiro semestre de 2021, garantiu na sexta-feira à revista alemã Der Spiegel o vice-director da empresa alemã Ugur Sahin.

A nova unidade reforça a produção na fábrica belga de Puurs, onde são produzidos os lotes com destino à UE. A BioNTech já disse ter concluído contratos com cinco fabricantes farmacêuticos na Europa para aumentar a produção, estando ainda em negociações os contratos com outras empresas.

Para além da vacina da Pfizer/BioNTech, a UE fez contratos com outras cinco farmacêuticas: AstraZeneca/Universidade de Oxford; Johnson & Johnson; Sanofi-GSK; Moderna; e CureVac, procurando ainda chegar a acordo com a Novavax.

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