Apesar da pandemia, desastres aéreos mataram mais pessoas em 2020 do que em 2019

Mais de metade das mortes (176) está ligada ao avião ucraniano abatido no Irão. Voos de passageiros sofreram redução de 42%.

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Fotografia de avião ucraniano abatido no Irão ABEDIN TAHERKENAREH/EPA

O número de pessoas mortas em acidentes de aviação comercial subiu, em 2020, para 299, mesmo com uma redução do número de quedas de aeronaves de mais de 50%, avança uma firma de consultadoria holandesa.

A empresa de consultoria de aviação To70 disse que em 2020 se registaram 40 acidentes com aviões de passageiros de grande porte, cinco dos quais foram mortíferos, resultando em 299 mortes. Em 2019 ocorreram 86 acidentes, oito dos quais fatais, com 257 mortes.

Os aviões comerciais tiveram uma média de 0,27 acidentes por cada milhão de voos, ou um acidente com vítimas mortais a cada 3,7 milhões de voos – uma subida face aos 0,18 acidentes por cada milhão de voos em 2019.

A descida nos acidentes surgiu no contexto de uma redução abrupta nos voos, originada pela pandemia da covid-19. A página Flightradar24 adiantou que os voos comerciais seguidos em 2020 caíram 42%, para 24,4 milhões.

Mais de metade das mortes nos dados da To70 foram as 176 pessoas mortas em Janeiro, quando um avião ucraniano foi abatido no espaço aéreo iraniano. O segundo incidente com mais vítimas foi o desastre de uma aeronave paquistanesa em Maio, que matou 98 pessoas.

Os aviões de passageiros de grande porte abrangido nestas estatísticas são usados por quase todos os passageiros em companhias aéreas, mas são excluídas aeronaves de pequeno porte.

Nas últimas duas décadas, as mortes na aviação têm caído de forma abrupta. Apenas há 15 anos, em 2005, ocorreram 1015 mortes a bordo de aviões comerciais, diz a Aviation Safety Network (ASN). Nos últimos cinco anos, registou-se uma média de 14 acidentes fatais em aviões comerciais e de carga, uma média de 345 mortes anuais, prossegue a ASN.

Em 2017, a aviação teve o seu ano mais seguro de sempre, com apenas dois acidentes fatais com aeronaves turboélice que resultaram em 13 mortes. Não houve acidentes com aviões de passageiros.

As companhias aéreas norte-americanas não têm um desastre aéreo desde Fevereiro de 2009, bem como um acidente com vítimas mortais a registar durante o mesmo período. 

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