Marcelo envia vídeo de Ano Novo à Ucrânia, mas não fala em caso de Ihor Homenyuk

Numa curta mensagem gravada a convite do homólogo ucraniano, Marcelo Rebelo de Sousa diz que quer estreitar laços com a Ucrânia, mas deixa de fora qualquer referência à morte do cidadão ucraniano Ihor Homenyuk.

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Marcelo Rebelo de Sousa afirma que a mensagem foi pedida pelo Presidente ucraniano Nuno Ferreira Santos

Tem menos de um minuto, é divulgada em português e tem como destino a Ucrânia. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou nesta quarta-feira uma curta mensagem de Ano Novo ao Presidente ucraniano na qual agradece o “contributo da numerosa e importante comunidade ucraniana para o desenvolvimento económico e social de Portugal”.

A intenção de enviar uma mensagem para a Ucrânia a partir do Palácio de Belém foi anunciada nesta terça-feira, na entrevista de Marcelo Rebelo de Sousa à RTP, e acontece depois da morte do cidadão ucraniano Ihor Homenyuk nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a 12 de Março.

Sem fazer qualquer referência ao crime que conduziu à morte de Ihor Homenyuk enquanto estava aos cuidados do Estado português, Marcelo Revelo de Sousa afirma que a mensagem resulta de um “convite amigo” do Presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, mas não explica porquê.

No vídeo, o também candidato à Presidência da República assume ainda um compromisso de estreitar laços entre os dois países e acrescenta que “Portugal e os portugueses farão o que estiver ao seu alcance para corresponderem, cada vez melhor, a esse constante contributo” trazido pela comunidade ucraniana em Portugal.

A mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa foi divulgada nesta quarta-feira no site da Presidência da República.

No início de Dezembro, o Presidente da República foi confrontado com o seu silêncio sobre o homicídio de Ihor Homenyuk, que nesta mensagem foi deixado de fora. À data, Marcelo justificou a sua postura em relação a processos criminais em curso com o “muito cuidado nos comentários em público”. “O Presidente da República não pode interferir, mesmo a título privado, como pode num acidente ou num desastre em realidades múltiplas em que não há processos criminais em curso”, argumentou.

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