Gyda Valtýsdóttir e Faten Kanaan em busca da justa noção do tempo

Epycicles II e A Mythology of Circles são diferentes na origem e na instrumentação. Une-os a forma como pedem tempo e silêncio num mundo acelerado e sufocado por ruído. Neles, somos simples elo numa longa cadeia que recua até tempos imemoriais e que continuará a construir-se quando partirmos. Uma lição preciosa.

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Vivemos sufocados. Sufocados por ruído, o que nos assalta nas ruas, tão invasivo mas tão comum que já nem questionamos a forma violenta como nos é enfiado goela abaixo. No centro da cidade ou numa esplanada frente ao mar, o mesmo simulacro de animação, de dinamismo. Vivemos também gritando e esbracejando as polémicas do dia, que serão esquecidas 24 horas depois pelas do dia seguinte, incapazes de parar, arrogantes no desdém a que votamos o que nos antecedeu, cegos que estamos por uma visão totalitária onde se amalgamam tecnologia, economia e a infalível superioridade da opinião sobre as brechas que abre a incerteza. É tão difícil proferir um simples “não sei” que perdemos até a capacidade de maravilhamento perante o desconhecido. O mistério tem a triste forma de teaser pré-anunciando mais uma campanha publicitária.

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