Maria Filomena Mónica: “Todos os sentimentos que nascem do medo são maus”

A descoberta de uma vacina em menos de um ano só é comparável à chegada do homem à lua, diz Maria Filomena Mónica numa conversa sobre os medos que dominaram 2020, para sempre conhecido como o ano covid. O que vem a seguir? Essa interrogação inquieta a socióloga que fala de noções de fronteira, não acredita em revoltas sociais em Portugal e questiona o Estado de Direito num ano que também foi o do assassínio de Ihor Homenyuk que ficou na sombra do vírus.

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Miguel Manso

Está numa cave, o lugar onde escreve, e diz que da janela vê o jardim do vizinho e ouve o canto dos melros. Há muitos livros pelo chão que encomendou para escrever O Olhar do Outro, lançado esta Primavera, e mais para completar O Meu País, acabado de publicar também pela Relógio d’Água. Aos 77 anos, vive fechada em casa há praticamente seis, desde que lhe foi diagnosticado um cancro. A pandemia fechou-a ainda mais. “Uma das vantagens de eu ter cancro e, além do cancro, se ter abatido sobre mim a covid, é ter tempo para escrever. A escrita é para mim um refúgio e uma maneira de sentir que não vou morrer amanhã.”

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