Pelo menos seis pessoas morreram, incluindo uma criança de 12 anos, e há vários feridos e edifícios destruídos na sequência do sismo de magnitude 6.4 que atingiu a cidade croata de Petrinja, próxima da capital, Zagreb, na manhã desta terça-feira. As equipas de resgate, apoiadas pelo Exército, estão no local a tentar retirar pessoas dos escombros de casas que ruíram.

Os balanços ainda são provisórios, mas o primeiro-ministro croata, Adrej Plenkoiv, já confirmou a morte de uma menina de 12 anos, enquanto o vice-primeiro-ministro, Tomo Medved, anunciou a morte de pelo menos mais cinco pessoas em Glina, uma cidade nas proximidades de Petrinja. 

Há ainda registo de pelo menos 20 pessoas com ferimentos ligeiros e pelo menos seis em estado grave, que estão a receber tratamento num hospital em Sisak. No entanto, as autoridades admitem que o número de vítimas seja superior, numa altura em que se contabilizam os estragos do sismo. 

O epicentro foi localizado na cidade de Petrinja, a 50 quilómetros de Zagreb, e a 10 quilómetros de profundidade, de acordo com o Centro de Investigação de Geociências, na Alemanha, citado pela Reuters. Imagens obtidas no local mostram edifícios destruídos e carros esmagados pelos destroços. Uma equipa de resgate conseguiu retirar um homem e uma criança dos escombros, ambos vivos.

O autarca de Petrinja, Darinko Dumbovic, diz que “metade da cidade foi destruída”. “Estamos a retirar pessoas de carros, não sabemos se estão mortas ou feridas”, lamentou, citado pela cadeia televisiva N1.

O primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, dirigiu-se de imediato para Petrinja e anunciou que algumas pessoas terão de sair da cidade. O Exército, de acordo com a Al-Jazeera, vai disponibilizar parte dos seus quartéis para acolher pessoas desalojadas, enquanto outras foram levadas para vários locais, como hotéis. 

Um jardim infantil colapsou, mas não se encontravam crianças no interior do edifício, de acordo com o N1, que acrescenta que a situação nos lares de idosos é “difícil”. Numa aldeia próxima de Petrinja, nove das dez casas ficaram destruídas.

O abalo atingiu a cidade de Sisak, 60 quilómetros a sul de Zagreb, onde o hospital local estava a enfrentar problemas para receber os feridos das áreas mais próximas, de acordo com o canal HRT. Outros doentes estão a ser transportados para hospitais noutras cidades, devido aos estragos causados pelo sismo. 

O impacto do sismo também foi sentido em Zagreb, mas os principais efeitos são interferências nas comunicações telefónicas e falhas de electricidade em algumas zonas. Também houve abalos nos países mais próximos, como a Bósnia-Herzegovina, a Sérvia e até em Itália e na Áustria. A agência de notícias croata Hina afirma que o sismo foi sentido em 12 países. 

A Eslovénia anunciou o encerramento temporário da sua central nuclear, que também pertence à Croácia, localizada a apenas cem quilómetros do epicentro do sismo, como precaução, de acordo com a agência nacional STA. Segundo a AFP, a central nuclear de Krsko é responsável por 20% da electricidade na Eslovénia e por 15% na Croácia. 

O Governo croata já accionou o mecanismo de emergência da União Europeia para obter ajuda.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sublinhou que os Estados-membros “estão prontos a ajudar”, anunciando que o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, deslocar-se-á à Croácia assim que possível. Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, garantiu que Bruxelas está a acompanhar a situação “de perto” e manifestou a disponibilidade para ajudar "neste momento difícil”. 

Na segunda-feira, um outro sismo de 5.2 de magnitude tinha sido sentido na mesma região. Em Março, um sismo de magnitude 5.3 atingiu Zagreb, causando uma morte e deixando 27 feridos.