Benfica vence o jogo em que recebeu os “pedidos de Natal”

O triunfo frente ao Portimonense, em casa, permite ao Benfica regressar ao segundo lugar do campeonato, repor a diferença para o Sporting (dois pontos) e pressionar o FC Porto, que ainda jogará nesta terça-feira.

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Vitória, vantagem confortável cedo no jogo, jogadas bonitas, ponta-de-lança de regresso aos golos, segunda parte de descompressão e um adversário cuja postura foi tudo aquilo que o Benfica “pediu para o Natal”. Nesta terça-feira, no Estádio da Luz, tudo correu bem aos “encarnados”, que venceram o Portimonense, por 2-1, em jogo da ronda 11 da I Liga. Não fosse o golo do Portimonense já aos 90+2’, com um final em sofrimento, de coração nas mãos, e teria sido uma tarde perfeita para a equipa de Jorge Jesus, que poderia ter saído deste jogo com um “balão” de confiança bem maior.

Com este resultado, o Benfica regressa ao segundo lugar do campeonato, repõe a diferença para o Sporting (dois pontos), faz baixar o Sp. Braga à terceira posição e pressiona o FC Porto, que ainda entrará em campo nesta terça-feira. Já o Portimonense sabe que vai continuar no último lugar da tabela, com oito pontos, a um da zona de salvação.

A nível individual, esta partida teve, sobretudo, dedo de Rafa – desequilibrou, marcou e assistiu – e de Weigl, que mostrou exuberância na sobriedade.

Sem ser vistoso, o alemão teve o condão de se destacar na recuperação de bola e, em posse, de a tirar de zonas de pressão, fazer passes verticais e entregar sempre “bolas limpas” na primeira fase de construção. No fundo, depois do bom jogo frente ao FC Porto, voltou a fazer aquilo para que foi contratado por 20 milhões de euros.

Portimonense e um dilema existencial

Na Luz, o Benfica encontrou um adversário que passou por uma dúvida existencial: manter o seu modelo e princípios de jogo ou adaptar-se ao que melhor lhe conviria para ferir os “encarnados”. A equipa algarvia optou legitimamente pela primeira via e sentiu na pele as desvantagens dessa ideia.

À entrada para esta partida, o Portimonense era a sexta equipa da I Liga com mais posse de bola por jogo e a terceira que mais tempo passava no meio-campo adversário (apenas superada por Benfica e FC Porto). Nesta terça-feira, não abdicou de nada disso.

E se, para a maioria das equipas, a forma de ferir o Benfica tem passado por baixarem as linhas e obrigarem os “encarnados” a jogarem em ataque posicional – e isso tem sido um suplício para a equipa de Jorge Jesus, sem soluções e obcecada com o jogo interior –, para o Portimonense o caminho foi outro. E o Benfica teve o que quis.

O Portimonense recusou-se a jogar num bloco baixo e manteve a sua matriz habitual. Com dois jogadores sempre na pressão à saída de bola do Benfica, a “manta” não chegou para tudo. O espaço entre linhas foi constante – má coordenação entre as três linhas de pressão – e o Benfica pôde jogar como gosta.

Aos 13’, Weigl recuperou e lançou uma bola “limpa” para Taarabt, o marroquino encontrou Rafa entre linhas, o português combinou de calcanhar com Waldschmidt e o alemão devolveu a cortesia. Rafa viu-se perante o guarda-redes do Portimonense e serviu Darwin, que só precisou de “encostar”.

Finalizando uma grande jogada colectiva, o uruguaio, que já tinha rematado no ar aos 12’, em boa posição, quebrou o enguiço de seis jogos sem marcar – foi o sétimo golo na temporada.

Cinco minutos depois, Rafa pegou na bola em condução – fê-lo diversas vezes, tal foi o espaço dado pelo Portimonense entre linhas – e a jogada terminou com remate fraco de Waldschmidt.

Portimonense ofensivo, mas pouco engenhoso

Rafa continuou a usar a velocidade – a defesa do Portimonense correu várias vezes atrás do português, tal era o balanceamento do bloco – e, aos 23’, novamente entre linhas, deu por si dentro da área adversária. O Portimonense falhou duas vezes o alívio e o português, na zona da marca de penálti, driblou e finalizou.

É certo que conseguiu rematar um trio de vezes de fora da área, mas o Portimonense nunca foi verdadeiramente perigoso. Sem uma linha defensiva coesa e uma zona atacante capaz, pouco haveria a fazer.

Da segunda parte pouco há a contar. O Portimonense voltou a ter presença no meio-campo adversário e atacou bastante, mas a audácia foi maior do que o engenho – algo já crónico num Portimonense que muito remata (sexta equipa mais rematadora da Liga), mas pouco marca (era o pior ataque do campeonato).

Os algarvios alvejaram a baliza do Benfica – Luquinha foi perigoso aos 70’, tal como já tinha sido na primeira parte –, mas nunca houve verdadeiro perigo.

Darwin Núñez ainda atirou ao poste aos 56’, depois de uma jogada entre Taarabt, Grimaldo e Waldschmidt, e decidiu mal aos 75’ (lance posteriormente invalidado por fora-de-jogo), mas o Benfica, confortável no 2-0, deixou o tempo correr e viveu uma segunda parte tranquila. E bem terá sabido o relativo “descanso” a que teve direito durante 45 minutos.

Com os “encarnados” adormecidos e a gozarem o seu descanso activo, o Portimonense ainda chegou ao 2-1, aos 90+2’, com um cabeceamento de Beto que penalizou a inércia de um Benfica que, em bom português, se “colocou a jeito”.

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