Historiador russo que desmembrou a namorada condenado a 12 anos e meio de prisão

Oleg Sokolov confessou ter matado Anastasia Yeshchenko, que era também sua aluna. Quando foi preso, bêbado, ainda tinha dois braços dela na mochila.

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Oleg Sokolov durante o julgamento ANTON VAGANOV/Reuters

Um historiador russo especialista no período napoleónico foi condenado a 12 anos e meio de prisão por um tribunal de São Petersburgo, depois de confessar ter assassinado a sua namorada e aluna. Oleg Sokolov, de 63 anos, foi considerado culpado da morte de Anastasia Yeshchenko, de 24 anos, que assassinou com quatro tiros de caçadeira, antes de a desmembrar com uma serra e uma faca de cozinha.

O objectivo de Oleg Sokolov era acabar com a sua vida vestido de Napoleão, depois de se livrar de todas as partes do corpo de Anastasia Yeshchenko, só que foi apanhado antes de conseguir levar adiante os seus propósitos. Em Novembro de 2019, no momento da detenção, depois de cair ao rio Moika bêbado, a polícia encontrou na sua mochila dois braços de Anastasia. Partes do corpo foram recuperadas do rio por mergulhadores e outras ainda estavam no apartamento que ambos dividiam há três anos.

À polícia, Sokolov confessou o crime, mas alegou que a morte tinha sido acidental: havia disparado sobre a namorada para “pôr fim a um dilúvio de insultos” durante uma discussão.

A juíza Iulia Maksimenko considerou, na leitura da sentença, que o acusado “estava completamente consciente dos seus actos no momento do crime” e condenou-o a 12 anos e meio de prisão, mesmo assim abaixo dos 15 anos pedidos pelo Ministério Público que considerou o crime como premeditado.

A defesa do historiador, que costumava fazer recriações da era napoleónica em que interpretava o papel de Napoleão, discordou da pena, mas à saída do tribunal ainda não tinha decidido se iria ou não recorrer.

De acordo com a BBC, o caso levantou muita celeuma e críticas à Universidade de São Petersburgo, acusada por grupos de defesa dos direitos das mulheres de nada fazer perante denúncias anteriores de alunas contra Sokolov. Uma petição conseguiu mesmo recolher mais de 7500 assinaturas.

De acordo com a imprensa russa, em 2008, uma aluna apresentou queixa contra ele, dizendo que a tinha amarrado a uma cadeira e ameaçado de a marcar com um ferro quente porque ela o queria deixar, mas nenhuma medida disciplinar foi tomada pela universidade contra o prestigiado professor.

Foi preciso chegar a este caso para o historiador ser demitido do seu cargo na universidade russa e de outro em França, na Escola de Ciência Política Marion Maréchal de Lyon.

Em 2017, a Rússia descriminalizou a maioria dos casos de violência familiar e conjugal, uma reforma promovida pelo Presidente russo, Vladimir Putin, curiosamente, formado na Universidade de São Petersburgo.

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