Fraude eleitoral: afinal alguém votou pela mãe morta, só que votou em Trump

A campanha republicana pôs a circular os nomes de sete mortos que votaram nas eleições de 3 Novembro como exemplo da fraude generalizada que o Presidente cessante alega ter existido. Só que um deles até votou em Donald Trump e já confessou o crime.

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Um perfil de Donald Trump de 4,5 metros de altura na denominada 'Trump House' em Youngstown, Pensilvânia SHANNON STAPLETON/Reuters

Responsáveis eleitorais no estado da Pensilvânia afirmam que um dos sete nomes postos a circular pela campanha de Donald Trump, como exemplo de mortos que foram às urnas a 3 de Novembro que demonstram a fraude eleitoral que o Presidente alega ter existido (mas apenas nos estados onde não ganhou), aparece mesmo como tendo votado.

Elizabeth Bartman, de Drexel Hill, Pensilvânia, falecida em 2008, foi recenseada pelo filho este ano e o seu nome está descarregado dos cadernos eleitorais como tendo votado, mas, afirmam as autoridades estaduais, terá votado em Donald Trump.

Segundo o New York Times, o procurador do condado de Delaware, Jack Stollsteimer, acusou Bruce Bartman de ter votado ilegalmente pela mãe a 3 de Novembro. O homem também registou a sogra Elizabeth Weihman, falecida em 2019, nos cadernos eleitorais, mas não está acusado desse crime.

Não obstante as teorias da conspiração, este é o único caso conhecido do voto de uma ‘pessoa morta’ no nosso condado”, afirmou Stollsteimer em comunicado. “A rápida dedução de acusação deste caso mostra que as autoridades continuarão a defender as nossas leis eleitorais sempre que existirem indícios reais de fraude e que continuarão a investigar todas as alegações que forem surgindo”, acrescentou.

O advogado de Bartman, Samuel Stretton, disse ao New York Times que o seu cliente admitiu o crime e que está disposto a colaborar com as autoridades em tudo. “Fez uma coisa muito estúpida com base na ideia enviesada de que seria uma forma de protesto”, explicou.

Quando o New York Times falou com Bruce Bartman em Novembro, depois da campanha republicana divulgar o seu nome, o homem negou ter recebido qualquer boletim de voto pelo correio em nome da mãe dele.

O caso de Elizabeth Bartman foi amplamente divulgado pelos apoiantes de Donald Trump como exemplo claro de que o Presidente cessante está certo quando fala em fraude eleitoral generalizada nas eleições gerais de 3 de Novembro.

O Presidente eleito Joe Biden ganhou a Pensilvânia com mais 81.660 votos que Donald Trump.

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