Primeira-ministra da Escócia: “É altura de determinarmos o nosso futuro como nação independente e europeia”

A primeira-ministra da Escócia sublinhou que “esta saída é muito mais dura do que se poderia ter imaginado na altura do referendo”. Mas um referendo terá de ser autorizado por Londres.

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Nicola Sturgeon mantém a pressão para um referendo que Boris Johnson recusa RUSSELL CHEYNE/Reuters

A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, reagiu ao acordo pós-saída do Reino Unido da União Europeia entre Londres e Bruxelas anunciado esta quinta-feira, lembrando que este “aconteceu contra a vontade da Escócia”. O acordo acabou por ser, considerou, um corte “muito mais duro do que se poderia ter imaginado” na altura do referendo ao “Brexit”, em 2016.

“Não há nenhum acordo que nos possa compensar do que o ‘Brexit’ nos tira”, afirmou Sturgeon. “Chegou a altura de determinarmos o nosso futuro como nação independente, europeia.”

Em 2014, um referendo à independência da Escócia rejeitou a saída do Reino Unido por 55% dos votos contra e 45% a favor. Mas se fosse realizada uma votação agora, as sondagens dão uma maioria à saída: o “Brexit” e a gestão da pandemia são dois dos principais motivos. Desde Março, o “sim” à independência tem-se mantido consistentemente em vantagem sobre o “não”.

No referendo do “Brexit”, a maioria dos escoceses votou contra a saída, e Sturgeon justifica a diferença nesta questão como motivo para repetir um referendo que Boris Johnson já apresentou como “algo que acontece uma vez numa geração”.

Em Setembro, Sturgeon prometeu aprovar, antes das eleições parlamentares de 2021, legislação para viabilizar um novo referendo à independência da Escócia, incluindo nela a pergunta e a data do voto. 

As eleições dariam então um novo palco para que o seu Partido Nacional Escocês fizesse pressão a favor de um novo referendo. Os nacionalistas esperam alcançar a maioria e pretendem usar essa força para pressionar Boris Johnson a autorizar uma nova votação.

No entanto, é nas mãos do Parlamento britânico que está a decisão de permitir que a Escócia realize outro referendo e o Governo conservador de Londres já disse repetidamente que irá rejeitar qualquer pedido para uma votação.

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