António Costa diz às forças destacadas que já se começa a “ver uma luz ao fundo do túnel”

O primeiro-ministro deveria visitar pessoalmente as missões portuguesas na República Centro Africana, no Mali e no Navio da República Portuguesa “Zaire”, mas por estar em isolamento, a mensagem foi gravada em Lisboa.

O primeiro-ministro divulgou nesta quarta-feira uma mensagem de Natal enviada às Forças Nacionais Destacadas em 2020, para agradecer o seu serviço ao país. Mas em ano de pandemia, António Costa deixou também uma mensagem especial aos familiares dos militares “que de modo solidário e resiliente suportam a ausência e as saudades dos seus entes queridos, que, por motivos de serviço, têm de estar longe nesta altura do ano”, num “justo agradecimento”.

“Se a distância física de casa e das nossas famílias custa sempre, custa ainda mais nesta época festiva e num quadro de pandemia em que, apesar de já se começar a ver uma luz ao fundo do túnel, infelizmente ainda durante algum tempo não vamos poder baixar a guarda de maneira nenhuma”, afirma o primeiro-ministro, numa mensagem gravada a partir da sua residência oficial.

Tradicionalmente, esta mensagem natalícia é gravada no local onde decorre a visita às forças especiais destacadas. No entanto, este ano, a mensagem foi gravada no Palácio de São Bento, onde António Costa está em isolamento por ter estado em contacto com o Presidente francês Emmanuel Macron. Os encontros foram cancelados na mesma data em que todos os compromissos físicos do primeiro-ministro foram retirados da agenda, o que levou ao cancelamento das visitas oficiais de António Costa a São Tomé e Príncipe e à Guiné-Bissau.

Na mensagem, o primeiro-ministro começa por lamentar que não consiga manter a tradição e não possa visitar pessoalmente os portugueses destacados. “Este seria o terceiro ano consecutivo que visitaria as Forças Nacionais Destacadas (FND), precisamente para enaltecer e agradecer o relevante papel que desempenham”, aponta António Costa, para depois recordar a visita de 2019 à ilha de Samos, na Grécia, e ao Iraque e a Cabul, no Afeganistão, em 2018. “Este ano estaria na República Centro Africana, no Mali e no Navio da República Portuguesa​ "Zaire”, em São Tomé e Príncipe”, assinala.

“Por se tratar de uma época especial do ano, em que as famílias sentem particularmente a distância dos seus familiares, mais ainda este ano tendo em conta o contexto de pandemia, queria muito ter podido transmitir-vos pessoalmente o reconhecimento devido, não apenas em meu nome, mas também em nome do Governo e do povo português”, lamenta António Costa.

O primeiro-ministro elogia as “missões de grande importância ao serviço da comunidade internacional” que servem “os interesses do país” e fazem “um trabalho extraordinário de que todos os portugueses se orgulham”.

Neste momento, encontra-se na República Centro Africana a 7.ª Força Nacional Destacada, constituída por 180 militares, integrada na Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA). De acordo com dados divulgados em Setembro pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas, pelo menos 88 dos 180 militares portugueses que integram a missão das Nações Unidas na República Centro Africana tinham sido infectados com o novo coronavírus, mas não houve registo de mortes.

Já no Mali, onde Portugal está desde Julho, a missão inclui 63 militares da Força Aérea Portuguesa e um avião de transporte C-295. O objectivo é assegurar missões de transporte de passageiros e carga, transporte táctico em pistas não preparadas, evacuações médicas, largada de pára-quedistas e vigilância aérea e garantir a segurança do campo norueguês de Bifrost, em Bamako, onde estão alojados os militares portugueses.

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