Israel é o país que está à frente nas vacinas... e nas restrições

Detectados quatro casos da nova variante no país, uma das pessoas não esteve no estrangeiro. Netanyahu pede “a mais rápida vacinação do mundo”.

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Benjamin Netanyahu foi vacinado no sábado AMIR COHEN/Reuters

O contraste dificilmente poderia ser maior: o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, foi o primeiro israelita a ser vacinado no sábado à noite, prometendo que era o início do “recomeço da vida normal”. Mas quatro dias mais tarde, pedia o aumento das restrições para travar a subida da transmissão do vírus, com um terceiro confinamento no horizonte.

Entretanto, esta quarta-feira foi anunciada a detecção de quatro casos de pessoas infectadas com uma variante do coronavírus, inicialmente identificada no Reino Unido, que se teme que possa ser mais transmissível. Uma das pessoas infectadas não esteve no estrangeiro, o que quer dizer que já há contágio local.

Se houver um terceiro confinamento, Israel será o primeiro país a decidir esta medida pela terceira vez (como já foi o primeiro a decidir um segundo confinamento). O país está em plena terceira vaga e Netanyahu alertou para o aumento de infecções e mortes se não se agir “de imediato”.

As novas restrições são complementares à vacinação, disse Netanyahu, e por isso “temos de ter uma vacinação muito rápida, a mais rápida do mundo”, cita o diário israelita Haaretz. A vacinação decorre a bom ritmo: nos primeiros três dias 71.876 pessoas receberam a primeira dose da vacina da BioNTech/Pfizer, e Israel é actualmente o país com mais pessoas vacinadas em relação à população (de quase 10 milhões).

O Governo assegurou a compra de vacinas da BioNTech/Pfizer, Moderna e AstraZeneca e espera ter, até ao final do ano, doses suficientes para 20% da população.

O confinamento era entretanto a medida defendida tanto pelo ministro da Saúde como pelo responsável pela task-force encarregada da resposta à covid-19, e a discussão do Governo centrava-se sobretudo numa questão: se as escolas deveriam permanecer abertas ou não.

A recomendação do ministro da Saúde, Yuli Edelstein, incluía o encerramento de escolas.

Também o responsável pela task-force da pandemia, Nachman Ash, disse que gostaria de ver imposto um confinamento estrito a começar na sexta-feira”. “Temos mais de 500 pacientes em estado grave, é muito perturbador e exige acção imediata”, disse Ash, acrescentando que o número deverá subir para 800 nas próximas duas semanas. O sistema de saúde ainda tem capacidade, “mas são vidas humanas”, comentou.

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