Legionella causa 14 mortes na região Norte. Origem do surto ainda não é conhecida

Há 89 casos confirmados da doença na região Norte e 14 vítimas mortais. Autoridades de saúde do Norte dizem que nenhum doente permanece internado.

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Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, teve doentes internados com a doença RUI OLIVEIRA

O surto de legionella que tem afectado os concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, já causou 14 mortes, refere o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) no último boletim de vigilância epidemiológica e confirmou o PÚBLICO junto da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS do Norte).

No último balanço, feito em meados de Novembro pelo Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim/Vila do Conde​, existiam 79 pessoas infectadas, 37 continuavam internadas, e oito tinham morrido.

O ECDC avança agora que desde 30 de Outubro foram identificados 79 casos, mas a ARS do Norte esclarece que serão mais dez, num total de 89, e refere que não há nenhum doente internado com a doença nos hospitais da região.

Questionada sobre a data em que foi detectado o último caso da doença, a mesma fonte diz “não ter conhecimento” dessa informação e afirma que a origem do surto continua a ser desconhecida. “Continuámos a aguardar resultados e conclusões de investigações”, disse.

 A doença do legionário, provocada pela bactéria Legionella pneumophila, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

A idade média dos casos identificados é de 74 anos, mas foram identificados casos em doentes entre os 46 e os 97 anos. “Até o momento, não houve correspondência entre os genótipos de Legionella pneumophila isolado de pacientes e fontes ambientais”, conclui a autoridade europeia da saúde.

O Ministério Público (MP) anunciou, a 11 de Novembro, a abertura de um inquérito para investigar as causas do surto tendo a Câmara de Vila do Conde confirmado, nessa altura, que os técnicos das Delegações de Saúde locais já estão no terreno a fazer análises e várias estruturas fabris e comerciais.

A empresa conserveira Ramirez, uma das duas do concelho de Matosinhos que tinham tido estruturas de refrigeração suspensas preventivamente por suspeita de estarem ligadas ao surto de legionella foi “ilibada” de qualquer responsabilidade depois de serem conhecidos os resultados das análises às amostras recolhidas no local. A Longa Vida, a outra empresa envolvida no processo, disse não ter informação sobre a correlação entre a presença da bactéria nas suas torres de refrigeração e a origem do surto no Grande Porto.

Mas a ARS do Norte revelou, no fim de Novembro, uma “diminuição acentuada” de casos de legionella, desde que foram desligadas as torres de refrigeração de uma indústria em Matosinhos onde foi detectada a bactéria, sem revelar o nome da entidade em causa.

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