Covid-19: restrições a passageiros do Reino Unido com “grande” impacto na Madeira

Secretário regional do Turismo diz que “excluir todos os estrangeiros oriundos do Reino Unido fará uma grande diferença no que diz respeito à operação turística”.

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Andreia Gomes Carvalho

As restrições à entrada de passageiros provenientes do Reino Unido vão ter um “grande” impacto no turismo da Madeira, tendo em conta os milhares de visitantes previstos no Natal e Fim do Ano, disse nesta segunda-feira o secretário regional do Turismo.

Em declarações à agência Lusa, Eduardo Jesus explicou que durante todo o mês de Dezembro estava prevista a chegada ao arquipélago de 21.300 visitantes provenientes do Reino Unido, através das várias companhias aéreas que servem esta rota, pelo que, “naturalmente, o impacto será muito grande no Natal e no fim de ano”.

O Governo da República decretou no domingo que apenas os residentes em Portugal ou os nacionais portugueses e respectivos familiares possam entrar em Portugal oriundos daquele território, ainda que sujeitos a um teste negativo PCR ao SARS-Cov-2.

A restrição, com efeito a partir das 0h de hoje, foi decretada na sequência da evolução epidemiológica no Reino Unido, onde foi identificada uma variante mais contagiosa do novo coronavírus, que provoca a covid-19.

Em Portugal não se confirma a circulação desta nova variante vírus detectada no Reino Unido, segundo o Governo, que cita dados obtidos pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, que já englobam uma análise de amostras do mês de Novembro e da segunda vaga.

Segundo o secretário regional do Turismo do Governo da Madeira, “o aparecimento desta variante da SARS-Cov-2 fez estremecer a confiança dos decisores e lançou um alarme e um pânico, o que produziu efeitos económicos devastadores”.

“Naturalmente que excluir todos os estrangeiros oriundos do Reino Unido fará uma grande diferença no que diz respeito à operação turística” da Madeira, sublinhou Eduardo Jesus.

O governante salientou que “não está ao alcance da Madeira inverter esta situação”, complementando que a região só pode “esperar que a decisão não se prolongue muito no tempo e permita, o mais rapidamente possível, recuperar alguns dos lugares que já estavam contratados com a região”.

Contudo, Eduardo Jesus destacou que “a Madeira não depende apenas do mercado inglês para a operação do fim do ano”, um dos principais cartazes turísticos da região. “Eram 21.300 lugares em 72 mil lugares que estavam contratados para a Madeira” nesta altura, referiu.

O responsável adiantou que a Madeira tem nesta altura visitantes de outras origens, nomeadamente do mercado de Portugal continental, que representa 38 mil lugares, sendo também “importante” o alemão, que “tem cerca de 9 mil lugares”.

“Estamos também servidos por um conjunto de mais dez ou 12 países com ligações directas à Madeira, que se mantêm para este período do Natal e do Fim do ano”, afirmou.

Mas Eduardo Jesus reforça que “naturalmente o Reino Unido fará muita diferença, porque era um mercado com mais frequências, com a ligação mais forte e um maior número de lugares neste conjunto”.

Esta situação vai influenciar na ocupação hoteleira prevista para esta quadra, que tinha passado de 26% no Natal e 36% no Fim do Ano, para 40% e 50%, segundo os dados recolhidos pela Secretaria do Turismo, com o início da vacinação no Reino Unido.

Entretanto, na página da Aeroportos da Madeira, dos voos oriundos do Reino Unido, estão dados como cancelados cinco chegadas programadas para esta segunda-feira, sendo três de Gatwick (Londres), uma das East Midlands e uma de Bristol.

Sobre o número de hotéis que estão abertos nesta altura, este departamento do governo madeirense indicou que 62% dos alojamentos turísticos estão em funcionamento.

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