Escrevendo a biografia de Álvaro Cunhal (1)

Cunhal veio a mudar de posição sobre a biografia quando percebeu que o meu objectivo não era nem violar a sua privacidade nem fazer um panfleto contra ele.

Foto
Selo dos correios com Álvaro Cunhal (Arquivo Ephemera)

Estou nestes dias a escrever o V volume da biografia de Álvaro Cunhal e encontro os mesmos problemas antigos e alguns novos. Disse muitas vezes aos meus amigos que podia escrever um outro livro sobre o que significou fazer esta biografia, tão cheia de peripécias, algumas exemplares, sobre como foi e é difícil tratar a história de uma instituição como o PCP. Há uns anos era quase uma guerra civil, agora é infinitamente mais fácil, mesmo sendo difícil. Quando digo que era quase uma guerra civil, não estou a exagerar. Uma das primeiras intervenções públicas que fiz sobre a história do PCP, numas também pioneiras jornadas académicas sobre o fascismo e o Estado Novo organizadas pelo António Costa Pinto, na Faculdade de Letras, metade da sala esteve quase a andar à pancada com a outra metade porque eu tinha “insultado” o PCP ao dizer que só havia três instituições antigas, a Igreja, a maçonaria e o PCP, com histórias “oficiais” e segredos e ocultações e falsidades. É por estas e por outras que eu sorrio ironicamente com a actual fácil e cómoda sanha da direita contra o PCP.

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