Parlamento português aprova resoluções para colocar crise de Cabo Delgado na agenda internacional

O ministro Augusto Santos Silva visita Moçambique em Janeiro.

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Plenário parlamentar Nuno Ferreira Santos

O Parlamento português aprovou esta sexta-feira na generalidade dois projectos de resolução para colocar a crise de humanitária e de segurança em Moçambique na agenda internacional durante presidência portuguesa da União Europeia, que começa em 1 de Janeiro.

Os projectos de resolução, apresentados pelo CDS-PP e PAN, foram aprovados com abstenções do PCP e dos Verdes e o voto favorável de todas as restantes bancadas.

O debate que antecedeu a votação dos projectos, agendado pelo CDS-PP, reuniu o consenso sobre a necessidade de uma acção urgente para colocar a questão moçambicana na agenda internacional e da União Europeia, três anos após o início dos ataques de grupos armados na província de Cabo Delgado, que já causaram pelo menos duas mil mortes e cerca de meio milhão de deslocados.

Os projectos de resolução vão agora ser debatidos na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, pediu na segunda-feira ao ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, que se desloque a Moçambique como seu enviado, para abordar com as autoridades locais a situação em Cabo Delgado.

No mesmo dia, em declarações à Lusa, Santos Silva disse que a missão preparatória do apoio da UE a Moçambique ocorrerá dentro de semanas, sublinhando que a urgência da situação em Cabo Delgado “pede celeridade”.

A violência armada em Cabo Delgado, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

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