A recepção de Beethoven na Península Ibérica: peças de um mosaico global

Dos círculos de elites ao espaço mediático, passando pelas apropriações políticas e pelos estereótipos de género, um novo livro coordenado por Teresa Cascudo lança nova luz sobre a recepção de Beethoven nos últimos dois séculos.

Foto
Justo Rodríguez

Actualmente, a música de Beethoven é uma presença constante nas salas de concertos. “Com Ano Beethoven ou sem ele, a sua música continua a ser tocada todos os dias algures no mundo, embora a tendência seja a de repetir até à exaustão o que já é amplamente conhecido”, referiu ao Ípsilon o musicólogo Paulo Ferreira de Castro. Também António Pinho Vargas faz notar que “a nossa vida musical no último meio século, no mínimo, se tornou cada vez mais um ‘museu imaginário’”, remetendo para o famoso livro de Lydia Goehr (The Imaginary Museum of Musical Works, 1992), “uma arte de interpretação viva de um conjunto relativamente restrito de obras do passado”, sendo “Beethoven o primeiro de uma longa lista.” A supremacia de Beethoven na vida musical tem mesmo sido criticada de forma contundente a propósito da efeméride dos 250 anos: “Queremos mais Beethoven?”, questionava recentemente Miguel Ángel Marín, musicólogo e programador da Fundação Juan March de Madrid, no suplemento El Cultural do jornal El Mundo (20-11-2020), referindo que o “monopólio” de Beethoven tem contribuído para estreitar a diversidade e as oportunidades para a criação contemporânea.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar